O Banco de Portugal (BdP) recebeu 7603 reclamações de clientes bancários no primeiro semestre, mais 7,5% do que a média de 2016, um aumento que ficou a dever-se em boa parte às reclamações relativas a questões relacionadas com créditos.

No crédito ao consumo, onde se verificou um aumento de 10,46% face a 2016, destacaram-se as reclamações relativas à responsabilidades de crédito e a comissões e encargos. No crédito hipotecário verificou-se um aumento significativo (32,2%) face a 2016, devido maioritariamente a reclamações relativas a comissões e encargos, cláusulas contratuais e declarações, designadamente sobre a não emissão atempada de declaração para distrate de hipoteca.

De acordo com a Síntese de Actividades de Supervisão Comportamental, relativa ao primeiro semestre, as reclamações sobre contas de depósito diminuíram 2,8%, em resultado, sobretudo, do decréscimo de reclamações relativas a cláusulas contratuais e comissões e encargos da conta de depósito à ordem.

“Em 62% das reclamações encerradas não se observaram indícios de infracção por parte da instituição reclamada. Nos restantes 38% dos casos, a situação reclamada foi resolvida por iniciativa da instituição ou por actuação do Banco de Portugal”, revela o BdP.

Nos primeiros seis meses do corrente ano, o supervisor emitiu 230 determinações específicas dirigidas a 46 instituições, exigindo a correcção das irregularidades detectadas na sequência das actividades de supervisão.

Cerca de 60,9% das determinações específicas foram efectuadas após a realização de acções de inspecção, 26,1% na sequência da análise de reclamações e 13% após a fiscalização de campanhas de publicidade. As irregularidades foram detectadas maioritariamente aquando da comercialização de crédito aos consumidores.