Presidente da Liga dos Bombeiros critica redução excessiva de meios de combate a incêndios

“O país está arder, os incendiários estão à solta” e “os responsáveis têm de prestar contas”, acusa Jaime Marta Soares.

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LUSA/PAULO NOVAIS

O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, acusou neste domingo as autoridades de protecção civil de terem reduzido os meios de combate aos incêndios, quando se antecipava um mês de risco.

Em causa está a redução de “85% dos meios [humanos e materiais] de combate” aos incêndios na passagem da fase Charlie para a fase Delta, determinado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), quando a Liga defendia somente uma redução “entre os 30 e 40 por cento”.

Porém, apesar dos alertas, “o país está arder, os incendiários estão à solta” e “os responsáveis têm que prestar contas”, acusou Jaime Marta Soares.

“O país está a passar por uma situação gravíssima de destruição florestal” afirmou, nas Caldas da Rainha, lamentando que não tenha havido “um planeamento como devia ser”, nem “uma prevenção estratégica”, depois de a Liga dos Bombeiros Portugueses ter alertado que “não pode existir uma ‘décalage’ tão grande da fase Charlie e a fase Delta”.

A fase Charlie de combate aos fogos terminou a 30 de Setembro e a fase Delta dura o mês de Outubro.

Nas Caldas da Rainha, onde apresentou a sua candidatura a um terceiro mandato à frente da LBP, Jaime Marta Soares apontou o dedo ao comando da ANPC e “ao Governo que o nomeia”, desafiando “cada um a fazer a leitura das suas responsabilidades” perante “o autismo absolutamente censurável” e a “preocupação economicista” num país onde “há [dinheiro] para tudo menos para as estruturas de protecção civil”.

Certo de que, no combate aos incêndios que este verão assolaram o país, “os bombeiros cumpriram a sua missão” e de que, se falhas houve, se devem “ao comando que tem saído da ANPC”, Jaime Marta Soares defendeu a alteração da organização daquela estrutura e a criação de uma direcção nacional de bombeiros autónoma, independente e com orçamento próprio.

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