Coligação internacional prepara assalto final ao Daesh em Raqqa

A área de influência do auto-proclamado califado está agora circunscrita a uma pequena área no centro da cidade que inclui o estádio, o Hospital Nacional e uma rotunda onde o Daesh já mostrou as cabeças de seus inimigos.

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Edifícios destruídos na cidade de Raqqa Reuters/ERIK DE CASTRO

Está a ser preparado para este domingo à noite o assalto final à última linha de defesa do Daesh na sua antiga capital síria, Raqqa, disse um comandante de campo das Forças Democráticas da Síria (SDF), que conta com o apoio da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos da América.

Citado pela Reuters, o comandante de campo, Ardal Raqqa, afirmou que a operação vai dar-se no centro da cidade, numa área que se concentra em redor do estádio, na zona Oeste da cidade.

Durante três anos, Raqqa, a capital síria do Daesh, foi um centro de operações a partir do qual o grupo supervisionava as suas extensas regiões do Leste, Centro e Norte da Síria bem como os ataques planeados no exterior. Agora, a área de influência do califado está circunscrita a uma pequena área no centro da cidade que inclui o estádio, o Hospital Nacional e uma rotunda onde o Daesh já mostrou as cabeças dos seus inimigos.

Os comandantes que dirigem a batalha alertaram que os combatentes do Daesh tomaram reféns civis e estão a usar fogo de tiroteio, armadilhas e túneis para diminuir o avanço do SDF. O SDF, liderado por uma milícia curda (YPG), começou a sua campanha para isolar Raqqa no início de 2017, empurrando várias frentes para encerrar a cidade contra o Eufrates, apoiada por ataques aéreos e forças especiais da coligação.

A porta-voz da campanha SDF em Raqqa, Jihan Sheikh Ahmad, já havia dito num comunicado que anunciaria a libertação de Raqqa "nos próximos dias". O Daesh perdeu todo o território ao SDF e a uma ofensiva rival pelo exército e forças aliadas da Síria este ano e caiu de volta para a fértil área do vale do Eufrates a jusante de Raqqa.

Entretanto, e já este domingo, uma coluna de veículos militares turcos atravessaram a fronteira com a Síria junto a Idlib, numa movimento que já havia sido anunciado por Ancara. O presidente turco, Tayyip Erdogan, havia avisado que os rebeldes sírios apoiados pelas forças turcas lançariam uma operação em Idlib, avisando que o país não permitiria "um corredor terrorista" perto de suas fronteiras.

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