Casas inteligentes e nutricionistas robóticos para cães e gatos
Os sistemas de GPS, as casas inteligentes, e os monitores de saúde já não são exclusivos a humanos: a procura por wearables e outras tecnologias exclusivas para animais está a aumentar.
Os donos de animais de estimação estão a investir mais em pequenos monitores tecnológicos para os seus companheiros de quatro patas, revela um relatório do analista FactMR. É um mercado que deve ultrapassar os 3400 milhões de dólares nos próximos cinco anos.
Faz parte do fascínio do ser humano com dados. Se já é comum usar a tecnologia para controlar as horas que se dorme, o que se comeu e o número de passos dados, é normal que também exista quem esteja interessado em monitorizar os hábitos, saúde, barulho e localização dos seus animais de estimação. Em 2017, os pequenos aparelhos electrónicos – exclusivos para animais – incluem sistemas de geolocalização, sistemas de alimentação automática, monitores de condição física, “casotas” inteligentes, repressores de ruído, entre muitos outros.
Um nutricionista robótico
A SmartFeeder da Petnet é um sistema de alimentação inteligente programado para disponibilizar, automaticamente, porções de ração (ou receitas personalizadas) a um cão ou gato consoante as suas necessidades nutricionais e hábitos. Graças a uma câmara incluída, o dono também pode ver o seu animal a comer em directo numa aplicação do seu smartphone. É uma solução ideal para quando se tem de deixar o animal em casa durante um fim-de-semana fora.
Como mudanças nos hábitos alimentares podem ser um indício de doença, a tigela monitoriza o apetite do animal ao verificar as quantidades que sobram e as refeições de que mais gosta. A aplicação também dá sugestões para melhorar a dieta do animal (por exemplo, incluir uma colher de batata doce na ração dos cães é uma das recomendações da Petnet para melhorar a visão e condição muscular dos animais)
Custa cerca de 130 euros e consegue guardar até três quilos de comida.
Monitores de sono
O Fitbark – conhecido como a versão canina do Fitbit – é um pequeno monitor que funciona para iOS e Android. Coloca-se na coleira de um cão ou gato para monitorizar o sono e a actividade do animal durante o dia. A informação é enviada para uma aplicação no smartphone do dono. A aplicação também permite comparar o estilo de vida do animal que usa a Fitbark com outros animais saudáveis da mesma raça, e detectar sinais precoces de doença. Cada cão está a contribuir anonimamente com dados de saúde.
Com apenas oito gramas, o Fitbark funciona para animais de vários pesos (como Chihuahua ou um São Bernardo). Custa cerca de 60 euros.
A equisense é um aparelho semelhante, mas para cavalos. Foi concebida para ajudar a treinar cavalos de corrida: além de monitorizar a respiração e batimento cardíaco, mede o número de saltos e velocidade. Cusca 395 euros, vem integrado numa sela e tem uma aplicação para smartphone.
Areia que se limpa sozinha
A Scoop Free é uma caixa de areia que usa energia eléctrica para se limpar automaticamente a cada 20 minutos e eliminar odores desagradáveis. O contador é reiniciado sempre que a caixa detecta a presença do gato, e só se tem de mudar a areia uma vez por mês (basta trocar a prateleira onde a areia antiga vai sendo armazenada).
Foi desenvolvida por um grupo de estudantes do MIT que eram fãs de felinos. Além das tarefas de limpeza, a Scoop Free cria relatórios automáticos sobre a saúde do gato com base na duração e frequência das visitas do animal à caixa.
Custa cerca de 140 euros. Há um toldo opcional que evita que o gato atire areia para fora da caixa.
Silenciador de cães
O Elite Outdoor Ultrasonic Bark Control ensina o seu cão – ou o cão do seu vizinho – a parar de ladrar, dando-lhe paz e tranquilidade durante o dia ou noite. O sistema lembra a teoria de Pavlov: sempre que um cão ladrar nas proximidades do dispositivo (que se assemelha a uma lanterna), o animal ouve um som agudo que é inaudível para a maioria dos seres humanos. O som desaparece assim que o cão parar de ladrar.
A PetSafe, que desenvolve o produto, diz que o som ultra-sónico é inofensivo para os animais, mas irritante. Custa cerca de 76 euros.
A Atom Tech Bark Collar é uma opção mais barata, mas mais invasiva: por cerca de 30 euros, a coleira recorre a pequenas vibrações para convencer o cão a parar de ladrar.
Um GPS luminoso
Quem só quer um monitor que dê a localização exacta do seu animal de estimação pode comprar o Tracktive ou Traxplay (para colocar na coleira de um animal) em algumas lojas de electrodomésticos e desporto em Portugal. Custam 69,99 euros e 99 euros, respectivamente. Além de seguirem os passos dos animais, os programas permitem definir “zona seguras”. Caso o animal saia desses espaços, os donos recebem notificações automáticas via sms. A Tracktive – cujo sistema de GPS funciona em 80 países, incluindo Portugal e Espanha – também vem com uma luz integrada que ajuda a encontrar animais perdidos durante a noite, e ajuda-os a serem vistos se estiverem perdidos numa estrada escura.
Casota inteligente
Depois da invenção de sistemas de GPS, monitores, e câmaras para cães, em 2015 a Samsung desenvolveu um protótipo de casota para cães que os reúne todos. Tem duas divisões, vem com uma tigela que se enche automaticamente (como a SmartFeeder descrita acima), uma passadeira automática coberta de relva artificial para o animal exercitar, uma banheira de hidromassagem, e uma tablet da marca que serve como televisão.
Se fosse posta à venda, custaria cerca de 25 mil euros. Em 2017, há apenas um cão a viver na Samsung Dream Doghouse: o vencedor de um concurso nas redes sociais.
