Centenas de vítimas no mês mais mortífero do ano na Síria

Centenas de civis têm sido atingidos em casas, hospitais, escolas, e a tentar escapar dos bombardeamentos dizem a ONU, Cruz Vermelha e Save the Children.

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Vários campos de deslocados estão com dificuldades em ter água e comida suficientes para todos, diz a Cruz Vermelha ERIK DE CASTRO/Reuters

Ataques aéreos pesados, atingindo directamente hospitais, escolas e mesmo pessoas a fugir da violência, estão a provocar centenas de vítimas em vários locais da Síria, segundo as Nações Unidas e o Comité Internacional da Cruz Vermelha (ICRC, na sigla em inglês).

“Setembro foi o mês mais mortífero de 2017 para os civis, com informações diárias de ataques em zonas residenciais resultando em centenas de mortes e ferimentos”, disse em Genebra o coordenador regional da ONU Panos Moumtzis. Em Raqqa, onde oito mil pessoas estão encurraladas entre rebeldes e forças do regime de Bashar al-Assad, morreram dezenas de pessoas nesta semana. Pelo menos 149 pessoas morreram nos últimos doze dias de Setembro em Idlib, vítimas de ataques em zonas residenciais.

Nos últimos dez dias foram atingidos dez hospitais, o que deixou centenas de milhares de pessoas sem acesso a cuidados de saúde, segundo o ICRC. A organização Save the Children alertou, por seu lado, para que centenas de escolas suspenderam as aulas em todo o país por escalada na violência.

As organizações não apontaram responsáveis, mas os combates têm sido mais violentos em zonas em que as forças russas, aliadas de Assad, combatem rebeldes anti-regime. O ICRC diz ainda que vários campos estão a receber centenas de pessoas por dia e que há dificuldade em conseguir água e comida para todos.  

É a pior violência desde a ofensiva das forças governamentais contra os rebeldes em Alepo em Dezembro do ano passado.

A guerra na Síria começou em 2011 com uma revolta contra o regime de Assad, na sequência da chamada Primavera Árabe, que foi brutalmente reprimida pelo regime, alargando-se para um conflito complexo com presença de vários actores externos. As Nações Unidas disseram o ano passado que o conflito terá feito quase meio milhão de mortos.

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