Rangel diz que "não é tempo de nomes"

Eurodeputado é visto como um herdeiro de grande parte dos apoios de Passos Coelho.

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Nelson Garrido

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel escusou-se a assumir qualquer candidatura à liderança do partido, dizendo que “não é tempo de números nem de nomes”. Aos jornalistas, já quase no final do conselho nacional do PSD, o eurodeputado disse ter estado na reunião para fazer uma reflexão. “Este não é o tempo para nomes, é tempo de pensar no futuro do PSD”, afirmou. Perante a insistência dos jornalistas, Paulo Rangel fez uma citação bíblica – “há um tempo para rasgar e um tempo para coser” – para concluir que “há um tempo para estar calado e um tempo para falar”. “O tempo para falar foi lá dentro, agora há um tempo para ficar calado”, rematou.

A intervenção do eurodeputado foi muito aplaudida dentro da reunião, que decorre num hotel em Lisboa, e há quem o veja como um herdeiro de grande parte dos apoios de Passos Coelho, caso venha a avançar como candidato à liderança, agora que Luís Montenegro não deverá ir a jogo na próxima disputa eleitoral

Marco António Costa, vice-presidente, lembrou que acompanha o actual líder há sete anos na comissão permanente e que agora também sai, abdicando de qualquer cargo partidário numa futura direcção. O dirigente aproveitou para recordar que Paulo Rangel foi uma figura muito importante nas europeias de 2014, onde foi cabeça de lista pelo PSD/CDS, com o contributo que deu para o resultado dessas eleições e para o PSD se poder relançar para as legislativas de 2015 que veio a ganhar (com o CDS em coligação), segundo relataram fontes ao PÚBLICO. O próprio Passos Coelho, no discurso que abriu a reunião, referiu Paulo Rangel e Hugo Soares, líder parlamentar, como as figuras que “podem aproveitar bem o tempo para dizer que o PSD é um pilar de estabilidade e de construção do futuro.”

Na reunião desta noite, ouviram-se algumas vozes de discordância sobre a decisão de Passos Coelho já não ser recandidato à liderança do partido e também muitos elogios à forma como liderou o PSD nos últimos sete anos. 

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