Madeira quer meios aéreos para a região integrados no concurso público que o Estado vai lançar

Arquipélago vai ter no próximo ano um helicóptero ligeiro de combate a fogos estacionado na ilha. Vai custar 1,2 milhões de euros ao orçamento regional.

Foto
Um helicóptero será suficiente, diz Protecção Civil da Madeira Miguel Manso

A Madeira quer integrar o concurso público internacional para o fornecimento de helicópteros ligeiros para o combate a incêndios florestais, que a Autoridade Nacional de Protecção Civil vai abrir este ano.

O Funchal vai inscrever 1,2 milhões de euros no Orçamento Regional para 2018 para a contratação de um helicóptero ligeiro, que estará sediado na região autónoma entre 15 de Junho e 15 de Outubro, mas entende que um concurso conjunto irá trazer vantagens financeiras e rentabilização dos meios de combate.

Pedro Ramos, secretário regional da Saúde, que tutela a Protecção Civil madeirense, vai reunir-se a 19 de Outubro com o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, para abordar essa possibilidade. Os argumentos do governo regional assentam na ideia de que sendo os incêndios florestais uma questão nacional, a contratação de meios aéreos não deve ser feita em separado.

 A confirmação que o arquipélago passará a contar, pela primeira vez, com meios aéreos no combate a fogos florestais saiu de uma resolução do executivo madeirense assinada no final de Agosto, sensivelmente um ano depois de a Madeira ter sido atingida por uma vaga de incêndios que provocou três mortos, um ferido grave, centenas de desalojados e cerca de 157 milhões de euros de prejuízos.

Foi no rescaldo do maior incêndio dos últimos anos na ilha, e perante a pressão da opinião pública, que o presidente do governo local, Miguel Albuquerque, solicitou a Lisboa um estudo sobre a viabilidade da utilização de meios aéreos. O antecessor, Alberto João Jardim, sempre rejeitou essa possibilidade. A narrativa oficial dizia que os custos do investimento não compensavam, porque as características orográficas da ilha e os ventos cruzados iriam dificultar ou mesmo inviabilizar as operações.

Depois da realização de testes em Maio deste ano, envolvendo um avião médio com capacidade para três mil litros de água e um helicóptero ligeiro com 800 litros, o relatório do Ministério da Administração Interna chegou ao Funchal a 20 de Junho, e foi conclusivo: “O uso de meios aéreos em áreas florestais e em áreas urbanas na Madeira é possível, tendo em conta as especificidades do território”.

Com base no documento, e executivo regional criou uma estrutura de missão, que mapeou os locais de abastecimento de água e zonas de aterragens estratégicas, e sinalizou os meios necessários: um helicóptero ligeiro.

“A nossa orografia, condições meteorológicas e a estratégia traçada assenta no ataque inicial com equipas helitransportadas, por isso sou da opinião e baseado nos estudos, que um meio aéreo para o ano de 2018 é suficiente”, disse ao PÚBLICO o comandante do Serviço Regional de Protecção Civil da Madeira, José Dias.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil tinha previsto lançar este ano, após o Verão, um concurso internacional para o fornecimento de 25 helicópteros ligeiros, visto que o contrato assinado em 2013 com a Everjets, por cerca de 40 milhões de euros, termina no próximo ano. Se a Madeira entrar, o número de helicópteros subirá assim para 26.

Sugerir correcção
Comentar