Espanha
Uma greve geral para mostrar que a Catalunha não desiste
Cerca de 40 organizações sindicais, políticas e sociais da Catalunha estão hoje em greve geral contra a violência policial que marcou as eleições de domingo.
No domingo, a justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado pelo governo regional catalão e deu ordem para que os Mossos d'Esquadra, a polícia regional, selassem os locais onde se previa a instalação de assembleias de voto.
Perante a inação da polícia catalã em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola, polícias de âmbito nacional que protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo, realizando cargas policiais sobre os eleitores e forçando a entrada em várias assembleias de voto ocupadas de véspera por pais, alunos e residentes, para garantir que os locais permaneceriam abertos.
A violência policial fez 893 feridos, mas apesar da repressão, 42% dos 5,3 milhões de eleitores conseguiram votar, e 90% deles votaram a favor da independência, segundo o governo regional da Catalunha (Generalitat).
Esta terça-feira, a região da Catalunha cumpre uma greve geral em protesto contra a interferência do Estado espanhol no referendo de domingo sobre a independência, que acusam de ter usado "violência policial desproporcionada". Barcelona tem concentrado o maior número de protestos mas a greve geral - convocada por cerca de 40 organizações sindicais, políticas e sociais - está a ter uma "adesão muito elevada" em sectores como os transportes, o comércio ou a agricultura.