Suspeitas da morte do irmão de Kim Jong-un declaram inocência em tribunal

Duas mulheres estão a ser julgadas na Malásia pela morte de um meio-irmão de Kim Jong-un.

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Siti Aisyah, a suspeita indonésia do homicídio LUSA/FAZRY ISMAIL
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Doan Thi Huong, a vietnamita de 29 anos está entre os suspeitos LUSA/FAZRY ISMAIL

As duas mulheres acusadas de matar Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, declararam-se inocentes esta segunda-feira perante o Tribunal Superior de Shah Alam, na Malásia.

Kim Jong-nam morreu a 13 de Fevereiro depois de ter sido atingido com a substância tóxica VX, classificada como uma arma química de destruição maciça pelas Nações Unidas, em pleno aeroporto internacional de Kuala Lumpur, capital da Malásia.

As principais suspeitas do crime, a vietnamita Doan Thi Huong, de 29 anos, e indonésia Siti Aisyah, de 25, que espalharam a substância no rosto da vítima, garantem que foram enganadas por agentes norte-coreanos e que foram levadas a fazer o que lhes terá sido dito que não passava de uma partida para um programa de televisão.

Em Março, a Interpol emitiu um mandado de captura relativo a quatro suspeitos norte-coreanos, que entretanto abandonaram a Malásia. Segundo a CNN, Pyongyang nega qualquer envolvimento na morte de Kim Jong-nam, afirmando ainda que a vítima não tem qualquer relação com Kim Jong-un.

Durante a sessão do julgamento desta segunda-feira, o procurador considerou que o suposto "acto de brincadeira” levado a cabo por Doan Thi Huong, Siti Aisyah e os quatro norte-coreanos revelou uma “intenção comum de matar a vítima”. Segundo a BBC, caso sejam declaradas culpadas, as duas mulheres enfrentam pena de morte.

Em declarações à CNN, o advogado de defesa afirmou que “Doan está ansiosa pelo julgamento, onde vai provar a sua inocência”. O pai de Siti Aisyah também garante a inocência desta, assegurando que só um acto de manipulação poderia ter levado a filha a cometer tal crime.

A morte de Kim Jong-nam desencadeou uma crise diplomática entre a Coreia do Norte e a Malásia, com Pyongyang a acusar Kuala Lumpur de colaborar com “forças hostis” ao regime de Kim Jong-un. A Malásia era até então um dos poucos países que mantinha relações diplomática e comerciais com a Coreia do Norte. Na sequência deste caso, os laços degradaram-se. Na semana passada, Kuala Lumpur decretou mesmo a proibição de entrada no território a cidadãos norte-coreanos.

Kim Jong-nam, meio-irmão mais velho do líder norte-coreano, vivia no estrangeiro há vários anos. Quando foi atacado, aguardava um voo para Macau, onde chegou a ter morada. Chegou a ser apontado como provável sucessor do seu pai, Kim Jong-il, mas acabou por ser proscrito pelo regime depois de ter sido detido no Japão, em 2001, apanhado a utilizar um passaporte falso.

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