Ramos militares garantiram ao Governo que não produziram relatório sobre Tancos

Ministro da Defesa pediu informações aos militares.

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LUSA/PAULO NOVAIS

O Exército, a Força Aérea e a Marinha garantiram ao ministério da Defesa Nacional que não produziram ou divulgaram qualquer relatório "com o teor ou âmbito" do documento noticiado pelo Expresso no sábado passado, relativo ao furto de Tancos.

O ministério da Defesa pediu na segunda-feira aos ramos para averiguarem internamente a possibilidade "de ter sido produzida ou divulgada" qualquer "informação com teor e âmbito" referidos no relatório atribuído pelo Expresso a "serviços de informações militares".

Para além dos CISMIL (centro de informações militares, no Estado-Maior General das Forças Armadas), os ramos têm também os respectivos serviços de recolha de informação.

No ofício enviado na segunda-feira aos ramos, a que a Lusa teve acesso nesta quinta-feira, o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, pediu respostas "com a máxima urgência", acrescentando que as notícias em causa "se referem expressamente a `serviços de informações militares" e a "documentos sobre segurança militar" referentes ao "incidente de segurança" nos paióis de Tancos que "terão sido comunicados a determinadas entidades públicas".

Na resposta, com data de terça-feira, o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, refere que o ramo "não produziu qualquer informação com o teor e o âmbito" referidos nas notícias.

A Marinha respondeu na segunda-feira que os seus serviços "não produziram ou divulgaram qualquer relatório ou informação que possa ser relacionada com o assunto" e, na quarta-feira, a Força Aérea referiu igualmente que "não foi produzido ou divulgado" pelos seus serviços "qualquer informação com o teor ou âmbito” noticiados.

O semanário Expresso divulgou no sábado um relatório, que atribuiu aos "serviços de informações militares", com cenários "muito prováveis" de roubo de armamento em Tancos e com duras críticas à actuação do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, na sequência do caso conhecido em 29 de Junho.

No domingo, o ministro da Defesa Nacional admitiu que o noticiado relatório sobre o furto de armamento da base de Tancos tenha sido "fabricado" e que possam existir "objectivos políticos" na sua divulgação.

No sábado, o Estado-Maior General das Forças Armadas divulgou um comunicado a esclarecer que o seu Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) não produziu qualquer relatório sobre o assunto.

No sábado à noite, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o documento não pertence a "nenhum organismo oficial" do Estado.

Numa nota divulgada posteriormente na sua página da Internet, o Expresso reiterou que "o documento existe e é verdadeiro" e que "foi elaborado, tal como se escreveu, para conhecimento da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária e do Serviço de Informações de Segurança (SIS)".

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