A oportunidade bonita de dar vida ao nome de João Lobo Antunes

Aquilo que querem é muito simples e fácil: dar o nome do João Lobo Antunes a um edifício. Mais nada.

É bonito quando os alunos se juntam para lembrar aquilo que devem a um grande professor. Não é só reconhecimento: é generosidade e inteligência. É pensar nas gerações futuras. Actualiza a gratidão, mantém a memória e refresca a toponímia.

É o que estão a fazer os médicos que foram alunos do João Lobo Antunes. Juntaram-se imediatamente milhares de outras pessoas cujas vidas foram melhoradas, academicamente, pessoalmente e medicamente pelo grande professor, investigador, neurocirurgião e ensaísta. São muitas pessoas: a gratidão é gigante. A lista não acaba: o que é difícil é detectar quem é que não está lá.  

Aquilo que querem é muito simples e fácil: dar o nome do João Lobo Antunes a um edifício. Mais nada. Está em construção um edifício da Faculdade de Medicina de Lisboa que vai substituir o Instituto Bacteriológico Câmara Pestana. Porque não dar-lhe o nome do Professor João Lobo Antunes? Não é apenas uma homenagem. É um exemplo e um estímulo para os jovens alunos, investigadores e médicos que vão frequentá-lo.

Em 2014 decidiu-se dar o nome de Reynaldo dos Santos ao edifício. Luís Câmara Pestana (1863-1899), Reynaldo dos Santos (1880-1970) e João Lobo Antunes (1944-2016) são três nomes fulgurantes da medicina. Mas são de três épocas diferentes. Só Lobo Antunes é uma memória viva. Câmara Pestana e Reynaldo dos Santos nasceram no século XIX — e já foram justamente homenageados. O Hospital de Vila Franca de Xira já teve o nome de Reynaldo dos Santos e em 2013 inaugurou-se lá o Centro Reynaldo dos Santos.

Agora é a altura de honrar João Lobo Antunes: no mínimo, o nome é digno do edifício. Teria sido mais bonito enquanto ele ainda estava vivo. Mas pronto. Ainda vamos a tempo. O custo é zero mas a justiça é imensa.

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