Manuel Machado apela à desconvocação da greve de transportes no dia de eleições

Motoristas dos SMTUC decidem até esta sexta-feira se mantêm protesto para reivindicar reposição das carreiras profissionais.

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PAULO RICCA / PUBLICO

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, apelou à desmobilização da greve de motoristas dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) marcada para o próximo fim de semana.

Os motoristas reivindicam a alteração da carreira para os termos de 2009 e anunciaram, no final de Agosto, uma paralisação para os próximos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro, o que coincide com o dia das eleições autárquicas.

No final de uma reunião entre a comissão de greve dos SMTUC com Manuel Machado, o autarca disse ao PÚBLICO que fez “um apelo à comissão que procurasse outras formas de luta que não afectassem o voto”. Para o presidente de câmara que volta a submeter-se a votos no próximo domingo, a realização da greve vai perturbar o “dever cívico de participação” no acto eleitoral e contribui “inevitavelmente para o aumento da abstenção”.

Face ao apelo, a comissão de greve dos SMTUC vai consultar os restantes motoristas e deve deliberar até esta sexta-feira se mantém o protesto ou se desconvoca a greve. O membro da comissão de greve Francisco Sousa diz que os serviços mínimos serão assegurados caso prevaleça o cenário de greve. “Cumprimo-los integralmente”, assegura. Se não for esse o caso, “tem que se dar o caso de a greve ser desconvocada”.

Francisco Sousa explica que o protesto se deve à carreira dos motoristas, que foi alterada em 2009. “Andamos numa luta por causa do reposicionamento da nossa carreira”, refere, acrescentando que os motoristas são considerados assistentes operacionais e querem passar à anterior designação, de agentes únicos de transportes colectivos. A alteração, que tem impacto no salário base, não é da responsabilidade da autarquia, mas da Assembleia da República.

O representante dos motoristas refere que levaram a cabo uma recolha de 4200 assinaturas para levar a sua situação à discussão no Parlamento e querem o apoio do autarca de Coimbra, que é também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Manuel Machado comprometeu-se a “acompanhar a construção de soluções” na AR para uma situação que considera “injusta”. A situação dos profissionais dos SMTUC “devia ter sido evitada em 2009. Não tendo sido evitada, devia ser corrigida”, declarou.

Um assistente operacional aufere o salário mínimo nacional (actualmente 557 euros) como salário de base. Francisco Sousa refere ainda que o preço de uma carta anda entre os 3500 e os 5000 euros, o que acaba por demasiado por comparação com o salário de um motorista dos SMTUC. “Não passa pela cabeça de ninguém exercer a profissão para ter estes encargos”, 

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