Prémios Europeus de Promoção Empresarial 2017 já têm vencedores

O mais recente produtor de vinho da Madeira e o projecto de empreendedorismo para jovens de comunidades carenciadas foram os vencedores da edição nacional e vão defender as cores de Portugal na final europeia dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial 2017, em Novembro.

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O IAPMEI revelou no dia 21 de Setembro os vencedores de cada categoria da edição portuguesa dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial 2107, uma iniciativa promovida pela Comissão Europeia com o objectivo de distinguir boas práticas de promoção do empreendedorismo na Europa.

Dos vencedores foram seleccionados os dois que irão representar Portugal na final europeia dos Prémios, que decorrerá em Tallinn, na Estónia, entre 22 e 24 de Novembro: o projecto 'Madeira Vintners', que concorreu na categoria de Apoio à Internacionalização das Empresas, e o 'Concurso de Ideias para Jovens - Mundar: Muda o teu Mundo!', que concorreu na categoria Empreendedorismo Responsável e Inclusivo.

Gabriela Pestana, representante do ‘Madeira Vintners’, contou na cerimónia que este projecto nasceu em 2012 por iniciativa da Cooperativa Agrícola do Funchal, em parceria com a Direcção Regional de Agricultura da Região Autónoma da Madeira, e é o mais recente produtor de vinho licoroso da Madeira, com a inovação de apresentar um grau alcoólico mais baixo (17%) e de ter “por mero acaso” uma equipa inteiramente feminina à frente desta nova área de negócio.

Nas palavras de Gabriela Pestana, o ‘Madeira Vintners’ representa uma “mais-valia para a economia madeirense, nacional e internacional” já que o vinho da Madeira está presente em cada vez mais países, desde os Estados Unidos da América, Canadá, a alguns países da União Europeia e aposta cada vez mais num “grande mercado emergente que é a Ásia, nomeadamente o Japão”.

À margem da cerimónia, a representante do ‘Madeira Vintners’ admitiu que receber este reconhecimento por parte do IAPMEI “é uma honra e um orgulho” e deixa a equipa com “vontade de trabalhar mais e melhor”. Sobre a presença na final europeia, Gabriela Pestana acredita que ser um dos representantes portugueses entre os projectos europeus “é um apoio à internacionalização, sendo que quantos mais distribuidores tivermos e pessoas que queiram conhecer o nosso produto e comercializa-lo no seu país será ouro sobre azul”.

O outro representante nacional na final europeia é uma iniciativa do Alto Comissariado para as Migrações, em parceria da Fundação Calouste Gulbenkian, que pretende apoiar jovens entre 16 e 30 anos a gerar ideias que respondam a necessidades sentidas pelos próprios e pela comunidade onde estão inseridos. O 'Concurso de Ideias para Jovens - Mundar: Muda o teu Mundo!' nasceu em 2013 e já vai na 3.a edição, tendo já apoiado quase 2000 jovens que submeteram cerca de 440 ideias, das quais 47 já estão concretizadas e 30 estão ainda em curso.

Paulo Calado, alto-comissário para as Migrações, explicou após a cerimónia que esta ideia funciona como um “projecto-chapéu sobre o Programa Escolhas” do Alto Comissariado para as Migrações e conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian desde a 2.a edição. A intenção é ajudar jovens inseridos em comunidades mais carenciadas e “das quais muitas vezes recebemos más notícias” a agir sobre essas mesmas comunidades, encontrando soluções para os problemas identificados que podem passar por pequenos negócios, associações juvenis ou ideias de empreendedorismo social.

Para o alto-comissário o prémio é o reconhecimento de uma metodologia que chama os jovens a participar directamente na resolução dos problemas da comunidade, mostrando que, apesar do meio mais desfavorável onde estão inseridos, podem ser “uma mais-valia para a sociedade”. Francisco Palmares, que esteve presente na cerimónia em representação da Fundação Calouste Gulbenkian, acrescentou que com este projecto os jovens destas comunidades mais carenciadas “começam a aparecer [nas notícias] por bons motivos e não por maus motivos” e o prémio vem validar a parceria entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o ACM. “É um motivo para continuar”, rematou.

Quanto à final em Tallinn, as expectativas passam, nas palavras de Paulo Calado, por apostar na “partilha e na aprendizagem”. “Portugal, nestas matérias de inclusão dos jovens e no espectro mais largo de integração de imigrantes e das comunidades ciganas, tem muito para aprender com os outros, mas também temos muito para partilhar e é nesse espírito que vamos a Tallinn: perceber noutros países o que se faz de bom, sabendo que em Portugal há também um legado de boas experiências e de boas práticas”, frisou Paulo Calado.

Portugal é o campeão nas participações e nos projectos vencedores

Nas onze edições dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, foram mais de 3700 os projectos que se candidataram pelos 31 países participantes, tendo Portugal contribuído com mais de 14% das candidaturas na fase nacional. Quem mencionou os números na cerimónia protocolar foi Jorge Marques dos Santos, presidente do IAPMEI, para quem esta participação das empresas e promotores nacionais mostram “o que de bom se faz em Portugal”.

O responsável lembrou também que Portugal tem um historial vencedor na fase da final do concurso, sendo o país com mais projectos galardoados pela Comissão Europeia, num total de seis, seguindo-se a Itália e Espanha com cinco distinções cada. Para o presidente do IAPMEI, “os resultados obtidos por Portugal nos últimos cinco anos, com vitórias consecutivas de projectos, demonstram o dinamismo e o esforço que o País tem feito para promover a actividade empresarial no espaço europeu”.

Jorge Marques dos Santos referiu ainda a importância da atitude empreendedora no seio das pequenas e médias empresas (PME): “Tendo presente que as PME na Europa garantem dois em cada três empregos no sector privado e são responsáveis por 85% dos novos postos de trabalho criados e por 67% do total de postos de trabalho, contribuindo com 58% do Valor Acrescentado Bruto, torna-se essencial estimular e promover a capacidade empreendedora, através de iniciativas mobilizadoras de comportamentos favoráveis à inovação sistémica e a dinâmicas de aperfeiçoamento contínuo, tarefa complexa que pressupõe e requer uma intervenção pluridisciplinar, abrangente e mobilizadora da sociedade”.

“Portugal é um País de uma riqueza empreendedora assinalável”

Ana Lehmann, Secretária de Estado da Indústria, esteve presente para destacar a “relevância destas distinções para a promoção do espírito empresarial, para a divulgação das boas práticas e dos bons casos” existentes no ambiente empresarial português. Afinal, acrescentou a governante, “Portugal é um País que tem uma riqueza empreendedora assinalável e acontece em todos os sectores”, desde o sector das tecnologias de informação, ao agroalimentar, passando pelo calçado ou ourivesaria, sendo a diversidade uma característica marcante no espirito empresarial dos portugueses.

E como Ana Lehmann acredita “há sempre mais e melhor a fazer” na promoção deste espírito empreendedor dos portugueses, a Secretária de Estado avançou que a tutela pretende continuar a promover “um conjunto de instrumentos de financiamento para apoiar este ecossistema em todas as fases do ciclo empreendedor”. Entre eles destacou o mais recente, criado no âmbito da organização da Web Summit deste ano em Lisboa, um fundo de investimento que reunirá capital de risco nacional e internacional e verbas públicas para “possibilitar a entrada de smart money em maior escala em Portugal” direccionado para a internacionalização de PME e startups.