Mayor de Londres admite segundo referendo sobre o “Brexit”
Sadiq Khan e outros responsáveis do Partido Trabalhista defendem referendo sobre o acordo que for alcançado com a União Europeia, o que poderia ser um novo referendo indirecto sobre o "Brexit".
O mayor de Londres, Sadiq Khan, admite que o seu Partido Trabalhista venha a incluir no programa político um apelo a um novo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
Em causa está a discussão sobre o tema na convenção do Partido Trabalhista, que está a decorrer em Brighton e que termina quarta-feira.
De um lado está o actual líder do partido, Jeremy Corbyn, que quer dar por terminada a discussão sobre o "Brexit" e opõe-se ao pedido de um novo referendo; do outro lado está o mayor de Londres, Sadiq Khan, que lidera um grupo de responsáveis do Partido Trabalhista que luta por um segundo referendo – não directamente sobre a permanência ou a saída da União Europeia, mas sim sobre o acordo final que for alcançado entre Londres e Bruxelas sobre o "Brexit", o que, em última análise, poderia converter-se num referendo indirecto sobre o "Brexit".
"Até agora ninguém me convenceu de que este Governo tem um plano que pode funcionar para o nosso país", disse Khan numa entrevista ao jornal Evening Standard.
No mesmo sentido pronunciou-se Kezia Dugdale, antiga líder do Partido Trabalhista na Escócia. "Se o Parlamento do Reino Unido e as outras 27 nações da Europa vão ter uma palavra final sobre o acordo, por que é que nós não podemos ter?", questionou Dugdale em declarações ao jornal Daily Record.
"Ninguém votou para ser mais pobre, mas é isso que todos nós vamos ser. O 'Brexit' está a ficar fora de controlo e longe dos interesses dos trabalhadores. É por isso que nós, o povo, devemos voltar a assumir o controlo com um voto final sobre o acordo", disse a antiga líder trabalhista.
Também Andrew Gwynne, ministro-sombra do Partido Trabalhista e próximo do líder Jeremy Corbyn, deixou a porta aberta a um segundo referendo: "Até pode acontecer que o Governo regresse sem um acordo, e é política do Partido Trabalhista considerar que a falta de acordo é o pior resultado possível para o Reino Unido. Nesse caso, teríamos de ter uma discussão muito séria sobre o que fazer a partir daí", disse Andrew Gwynne, citado pelo Evening Standard.
"Quem sabe em que situação vamos estar no fim deste processo, em Março de 2019? No mínimo, o Parlamento quererá ter uma palavra final sobre o acordo que Theresa May nos trouxer", disse o mesmo responsável.