Sismos
A terra tremeu-lhes mesmo aos pés e agora sobrevivem no meio dos cacos
As localidades de San Juan Pilcaya e Axochiapan são as mais próximas do epicentro que sacudiu o México há uma semana.
Justina Escamilla agarra-se ao seu vestido de noiva. A brancura é tal que o contraste é imediato com o cenário de casa em ruínas que circunda esta octogenária de San Juan Pilcaya, a localidade mais próxima do epicentro do sismo que, na passada terça-feira, abalou o México. À volta de Justina, amontoam-se sacas, molduras sem quadros, tijolos arrancados das paredes. O panorama repete-se nas casas que eram dos seus vizinhos e, de forma mais dramática, nos abrigos improvisados para acolher os desalojados.
É o caso de Maximina Najera, 35 anos, que tem acima de si um telhado de lona. Da sua casa, restam apenas os retratos de família, ainda emoldurados, e imagens religiosas, para onde desvia o olhar. Também a cidade de Axochiapan, igualmente bastante próxima da zona do epicentro, testemunha exemplos dramáticos, com casas arrasadas pela força do sismo, que atingiu uma magnitude de 7,1.
As autoridades já não admitem a possibilidade de encontrar mais sobreviventes do terramoto, que aconteceu exactamente 32 anos depois do mais mortífero sismo na história do México e que na altura causou a morte a no mínimo cinco mil pessoas, e planeiam terminar as operações de resgate no final de quinta-feira.
O sismo causou a morte a 331 pessoas e danificou mais de 11 mil casas.