A terra tremeu-lhes mesmo aos pés e agora sobrevivem no meio dos cacos

As localidades de San Juan Pilcaya e Axochiapan são as mais próximas do epicentro que sacudiu o México há uma semana.

Justina Escamilla, 88 anos, com o seu vestido de noiva na sua casa em San Juan Pilcaya Reuters/EDGARD GARRIDO
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Justina Escamilla, 88 anos, com o seu vestido de noiva na sua casa em San Juan Pilcaya Reuters/EDGARD GARRIDO

Justina Escamilla agarra-se ao seu vestido de noiva. A brancura é tal que o contraste é imediato com o cenário de casa em ruínas que circunda esta octogenária de San Juan Pilcaya, a localidade mais próxima do epicentro do sismo que, na passada terça-feira, abalou o México. À volta de Justina, amontoam-se sacas, molduras sem quadros, tijolos arrancados das paredes. O panorama repete-se nas casas que eram dos seus vizinhos e, de forma mais dramática, nos abrigos improvisados para acolher os desalojados.

É o caso de Maximina Najera, 35 anos, que tem acima de si um telhado de lona. Da sua casa, restam apenas os retratos de família, ainda emoldurados, e imagens religiosas, para onde desvia o olhar. Também a cidade de Axochiapan, igualmente bastante próxima da zona do epicentro, testemunha exemplos dramáticos, com casas arrasadas pela força do sismo, que atingiu uma magnitude de 7,1.

As autoridades já não admitem a possibilidade de encontrar mais sobreviventes do terramoto, que aconteceu exactamente 32 anos depois do mais mortífero sismo na história do México e que na altura causou a morte a no mínimo cinco mil pessoas, e planeiam terminar as operações de resgate no final de quinta-feira.

O sismo causou a morte a 331 pessoas e danificou mais de 11 mil casas.

Gregorio Cardoso, 63 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México
Gregorio Cardoso, 63 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Veronica Dionisio, 44 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México
Veronica Dionisio, 44 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Maximina Najera, 35 anos, encontra-se num abrigo improvisado depois de perder a casa
Maximina Najera, 35 anos, encontra-se num abrigo improvisado depois de perder a casa Reuters/EDGARD GARRIDO
Ricarda Herrera, 60 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México
Ricarda Herrera, 60 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Sabino Sosa, 89 anos, descansa no seu quarto. Sabino ficou ferido no sismo
Sabino Sosa, 89 anos, descansa no seu quarto. Sabino ficou ferido no sismo Reuters/EDGARD GARRIDO
Luis Reyes, 73 anos, na sua casa em Axochiapan, México
Luis Reyes, 73 anos, na sua casa em Axochiapan, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Antonia Vergara, 75 anos, na sua casa em Axochiapan, México
Antonia Vergara, 75 anos, na sua casa em Axochiapan, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Luis Reyes, 73 anos, junto a duas portas que faziam parte da sua casa em Axochiapan, México
Luis Reyes, 73 anos, junto a duas portas que faziam parte da sua casa em Axochiapan, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Artemia Gutierrez, 60 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México
Artemia Gutierrez, 60 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Misael Sosa, 43 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México
Misael Sosa, 43 anos, na sua casa em San Juan Pilcaya, México Reuters/EDGARD GARRIDO
O interior de uma casa em San Juan Pilcaya, México
O interior de uma casa em San Juan Pilcaya, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Soldados e habitantes limpam uma área afectada pelo sismo
Soldados e habitantes limpam uma área afectada pelo sismo Reuters/EDGARD GARRIDO
Uma rua em San Juan Pilcaya, México
Uma rua em San Juan Pilcaya, México Reuters/EDGARD GARRIDO
Reuters/EDGARD GARRIDO
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