Real Madrid quer acabar com a meia crise em Dortmund

“Merengues” nunca ganharam no campo do actual líder invicto da Bundesliga. O Shakhtar de Paulo Fonseca tem teste de fogo em Manchester.

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Zidane e o momento do Real Madrid: “Estamos preparados” Reuters/LEON KUEGELER

Talvez seja exagerado dizer que o Real Madrid está em crise, mas o arranque de temporada da equipa “merengue” está longe de ser perfeito, sobretudo na liga espanhola, onde já está a está a sete pontos do até agora imbatível Barcelona. Mas, depois de três jogos sem ganhar, o bicampeão europeu lá conseguiu ganhar com algum custo ao Alavés neste fim-de-semana e vai ter um teste bem mais exigente às suas capacidades actuais, na segunda jornada do Grupo H da Liga dos Campeões. É que o Borussia Dortmund está a dominar o arranque da Bundesliga e tem a história do seu lado: nunca perdeu em casa com o Real.

Em seis visitas ao Westfalen Stadium, o melhor que o Real conseguiu foram três empates, um dos quais na fase de grupos da Champions na época passada (também houve empate no Bernabéu). E, ao contrário do Real Madrid na liga espanhola, este Borussia está a ter um arranque quase perfeito na Bundesliga, da qual é líder isolado graças a cinco vitórias e um empate nas seis primeiras jornadas, um ataque demolidor (19 golos marcados), uma defesa difícil de bater (apenas um golo sofrido) e um goleador inspirado – Aubameyang já leva oito golos na época. Já o Real Madrid, que não teve Cristiano Ronaldo em quatro jogos, segue no quinto lugar, com dois empates e uma derrota em seis jornadas, um ataque pouco potente (11 golos) uma defesa permeável (6) e sem nenhum goleador óbvio – Ronaldo ainda está a zero na liga espanhola.

A primeira jornada da Champions mostrou, no entanto, outra coisa. Mostrou um Real a meio gás sem grandes dificuldades para bater o APOEL e um Dortmund que não conseguiu resistir ao Tottenham em Wembley e, com a equipa britânica a mostrar credenciais para lutar por um dos dois primeiros lugares do grupo (jogará no Chipre e tem tudo para se manter no primeiro lugar), nada está garantido para Real e Borussia. Zinedine Zidane recusa-se a falar de um Real Madrid sem confiança, mas olha para este jogo como uma boa oportunidade de reforçar a confiança da equipa. “Estamos bem, Vimos de uma vitória e estamos contentes de voltar à Champions, num estádio bonito. Estamos preparados”, garante o técnico francês do Real.

Paulo Fonseca contra Guardiola

Um dos resultados mais surpreendentes da primeira jornada aconteceu na Ucrânia, onde o Shakhtar Donetsk ganhou ao Nápoles, confirmando o lugar de Paulo Fonseca entre os treinadores de elite na Europa. Nesta terça-feira, a tarefa do técnico português será bem mais complicada, com a visita ao Etihad, onde terá pela frente o Manchester City de Pep Guardiola e Bernardo Silva, que despachou sem grandes problemas o Feyenoord na primeira jornada deste Grupo F, para além de ser líder da Premier League inglesa (a par do United) com cinco vitórias e um empate, mais um incrível registo de 21 golos marcados e apenas dois sofridos.

“Vamos defrontar uma das melhores equipas do mundo, provavelmente a equipa que melhor tem jogado neste início de época. Vai ser um jogo de complexidade máxima”, reconhece o técnico português. Pep Guardiola, por seu lado, não quer que o City seja comparado com as suas “obras” anteriores, Bayern e Barcelona. “É muito cedo para dizer”, refere o técnico catalão, que cumpre a sua segunda temporada no City. “Por isso, é difícil fazer comparações. No Barcelona e no Bayern era fácil fazer passar as nossas ideias por ganhávamos muitos títulos. Aqui, ainda não ganhámos nada e é pelas conquistas que seremos julgados, não pelo estilo de jogo atraente.”

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