Os cães ladram e a caravana de Cristas segue sobre duas rodas

No campeonato dos líderes, a presidente do CDS-PP corre em pista própria à procura do segundo lugar na Câmara de Lisboa.

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LUSA/Rodrigo Antunes
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Assunção Cristas tem o seu campeonato próprio nestas eleições autárquicas e tenta não se desviar muito do seu objectivo. Se desta vez é a única líder de um partido candidata a uma câmara – Lisboa -, não se dispersa muito com outros assuntos, a não ser que seja obrigada. No arranque desta última semana de campanha eleitoral, a candidata vestiu calças de ganga, calçou botas e pôs o capacete.

O dia começou numa motocaravana pela cidade de Lisboa, de Alcântara ao Saldanha, para mostrar os benefícios já alcançados graças – garante – ao vereador centrista João Pedro Gonçalves Pereira, que propôs que os motociclos pudessem usar o corredor bus. Se antes já o faziam, agora têm autorização explícita (e pintada no asfalto) e agora “estamos a beneficiar todos disso”.

Foi a oportunidade para a candidata do CDS, líder em comissão de serviço, insistir numa das suas principais bandeiras para a capital. “O CDS defende que é preciso resolver estruturalmente os problemas da mobilidade em Lisboa, o que passa pelo alargamento da rede do metro e da boa articulação com a Carris, mas passa também por acolhermos na cidade formas para que todos se possam deslocar da maneira que lhes interessa. Mas continuamos a ter muitas carências a nível de estacionamento”, frisou.

A motocaravana – assim baptizada pelo deputado Mota Soares, que mesmo enquanto ministro andava pela cidade na sua scooter – contou com apoiantes inesperados: o antigo presidente Carmona Rodrigues juntou-se à acção, assim como Manuel Falcão, antigo deputado municipal eleito pelo PSD nas listas de Santana Lopes.

Ali, no Saldanha, onde PSD e CDS disputam hoje a freguesia das Avenidas Novas que ainda governam em conjunto, Assunção veste o fato de líder centrista e comenta as eleições alemãs, mostrando-se preocupada com o crescimento da extrema-direita, que passa a ter representação parlamentar. “Derivas radicais à esquerda e à direita não são boas, não têm boas experiências históricas”, disse.

A campanha só foi retomada ao fim da tarde, para mais uma iniciativa original que partiu de uma ideia para a freguesia e acabou no programa para o concelho: uma “cãocentração” no Jardim das Amoreiras. Vieram dúzia e meia de cães, difíceis de contar porque não páram quietos, quase todos de simpatizantes centristas, e outros simpatizantes do passeio.

Assunção Cristas andou por ali, a apreciar os amigos de quatro patas, até porque em sua casa decorre uma outra campanha – os filhos também querem um cão e esperam por 1 de Outubro para saber o veredicto.

Pedro Barros Ferreira, o cabeça de lista, explicou as ideias que a candidatura apresentou para a freguesia mas acabaram incluídas no programa para a cidade. Como a criação de um balcão móvel que visita cada freguesia uma vez por mês para controlo de vacinas, chip e registo, ou a unidade veterinária móvel, em parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária, para apoiar sobretudo os mais desfavorecidos e os sem-abrigo que têm um animal, muitas vezes, como única companhia.

Apesar da barafunda inicial, os animais acabaram por se comportar durante a apresentação das propostas e no final, subiram todos ao palco ali montado e posaram, mais ou menos calmamente, para a fotografia. Um autêntico “cãomício”.

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