Los Objetos Amorosos foi a melhor longa do Queer Lisboa

Festival terminou no sábado à noite em Lisboa. Foi da longa-metragem de Adrián Silvestre que saiu também o prémio de Melhor Actriz, que foi partilhado. De 4 a 8 de Outubro o festival estará no Porto.

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Los Objetos Amorosos, de Adrián Silvestre DR

 

 

A longa-metragem Los Objetos Amorosos, de Adrián Silvestre, ganhou o Prémio para a Melhor Longa-Metragem do Festival de Cinema Queer Lisboa 21, tendo o júri atribuído o prémio de Melhor Actriz a Laura Rojas Godoy e a Nicole Costa.

Os prémios foram anunciados no sábado à noite, na sessão de encerramento do festival, durante o qual foram exibidos 90 filmes de 32 países.

O júri, composto por Isabel Abreu, Marcos Rocha e Yann Gonzalez, considerou Los Objetos Amorosos um "exercício de realização intenso e arriscado. Um mergulho que parece não ter medo de falhar. Uma viagem que transforma o espectador num objeto, tal como as personagens, entre a ficção e o documental, a raiva e o amor".

O filme de Silvestre ficou também em foco na interpretação. O prémio de Melhor Actriz foi partilhado por Nicole Costa e Laura Rojas Godoy, pelas suas "interpretações cruas, imprevisíveis e poderosas".

O prémio de Melhor Actor foi atribuído a Owen Campbell, pelo papel que desempenhou em As You Are, realizado por Miles Joris-Peyrafitte. O júri escolheu-o "pelo seu retrato delicado de um adolescente sensível, pela maneira como olha para o parceiro com os olhos luminosos de alguém que se está a apaixonar pela primeira vez".

O júri atribuiu ainda uma Menção Especial a Corpo Elétrico, realizado por Marcelo Caetano, o qual "configura um cenário onde corpos sexuados de distintas gerações, classes sociais e raças transitam por espaços diversos da cidade sem que a questão da expressão das sexualidades não hegemónicas se caracterize como um problema para o conjunto das personagens".

A escolha do público recaiu sobre Close-Knit (Japão, 2017), de Naoko Ogigami, e o prémio de Melhor Documentário foi atribuído ao filme Small Talk (Taiwan, 2016), realizado por Hui-Chen Huang.

Para o júri da Competição de Documentários - Luísa Homem, Rui Filipe Oliveira e Sérgio Tréfaut - trata-se de "um filme com uma dramaturgia surpreendente que revela em pequenas-grandes conversas a história privada de uma família". São três gerações - duas mães e duas filhas. "Uma mãe e avó lésbica é questionada pela filha realizadora, sobre a sua identidade e vida passada, com o intuito de quebrar silêncios e evitar a repetição de modelos de sofrimento."

A Menção Especial nesta categoria foi atribuída a Vivir Y Otras Ficciones, realizado por Jo Sol, que o júri classifica de "um filme importante por abordar cinematograficamente a vida sexual dos portadores de diversidade funcional e revelar como este tema se mantém tabu mesmo dentro dos universos mais progressistas".

O filme premiado pelo público nesta competição foi Entre os Homens de Bem, realizado por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros.

Les Îles, realizado por Yann Gonzalez, foi a escolha do júri para melhor curta-metragem. O júri, composto por Ana Moreira, Jorge Jácome e Francisco Moreira, justificou a sua seleção "pela segurança que demonstra na construção do seu universo plástico, pela forma como neste filme o desejo habita e se manifesta em diferentes corpos, todos se reconhecem e todos se projectam".

Coelho Mau, realizado por Carlos Conceição, foi a escolha do júri para uma Menção Especial, "pela elegância na composição da mise-en-scène, onde o realizador trabalha de forma singular o tema da morte e do desejo".

A curta premiada pelo público foi Tailor, realizada por Calí dos Anjos.

O júri da competição Queer Art (Carlota Lagido, Colby Keller e João Onofre) atribuiu o Prémio de Melhor Filme a Occidental, realizado por Neïl Beloufa. "Porque todos nós sabemos que os italianos não bebem Coca-Cola e porque o preconceito projetado é um dos problemas centrais do nosso tempo, o prémio vai para Occidental, realizado por Neïl Beloufa", refere o júri.

O mesmo júri atribuiu uma Menção Especial a A Destruição de Bernardet, realizado por Claudia Priscilla e Pedro Marques, classificando-o como um "documentário brilhante que apresenta uma personagem maior que a vida de amor e ódio".

De 4 a 8 de Outubro o festival estará no Porto.

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