Depois de cinco dias de confrontos, exército sai à rua para cercar favela no Rio de Janeiro

Conflito entre grupos de tráfico de droga na favela da Rocinha tiveram início no domingo passado. Ministério da Defesa autorizou esta sexta-feira a mobilização das forças armadas.

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Depois de uma série de tiroteios entre grupos de tráfico de droga e a polícia, que se iniciaram no domingo passado, na maior favela do Rio de Janeiro, a Rocinha, o Ministério da Defesa autorizou esta sexta-feira a mobilização do exército para cercar a zona. Esta manhã, os confrontos obrigaram até ao encerramento de uma das principais auto-estradas da cidade brasileira, que já foi entretanto reaberta.

A decisão do ministro da Defesa, Raul Jungmann, surge na sequência do pedido do governador do Rio de Janeiro. Segundo noticia a comunicação social brasileira, estão 950 homens das forças armadas envolvidos nesta operação.

A Globo dá conta de que na manhã desta sexta-feira houve ainda relatos de tiroteios em pelo menos outras sete favelas. Dois jovens terão ficado feridos mas não correm perigo de vida.

Este autêntico clima de guerra que se apoderou do Rio de Janeiro começou no domingo quando os membros de um grupo de tráfico de droga invadiram a Rocinha com objectivo de tomar o controlo da favela. Sem a intervenção da polícia, os violentos confrontos provocaram dois mortos e o pânico entre os residentes.

De acordo com o que explica a Globo, o ataque foi ordenado por António Francisco Bonfim Lopes, que está neste momento preso. Este tentava recuperar o domínio da favela que se encontra na posse de Rogério Avelino da Silva. Ou seja, os conflitos que se seguiram durante a última semana foram protagonizados pelos seguidores de cada um destes homens.

Apesar de não ter realizado qualquer intervenção no dia em que estalou o conflito, a polícia realizou uma série de operações ao longo da semana, com várias detenções e apreensão de drogas e armas. As autoridades tentam agora capturar Rogério Avelino, que se encontra desaparecido, e oferecem uma recompensa de 30.000 reais em troca de informações que levem à sua detenção (pouco mais de 8000 euros).

Assim, esta sexta-feira, o secretário de Segurança da cidade carioca, Roberto Sá, explicou que os elementos das forças armadas poderão chegar a qualquer momento à favela. Ao que tudo indica, o exército não irá entrar na Rocinha mas apoiará no cerco, bloqueando as entradas e saídas. “Entendemos por bem pedir este cerco para libertar os nossos polícias para o patrulhamento de outras áreas e acções específicas na comunidade”, explicou Roberto Sá.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, garantiu também que não irá haver recuo na Rocinha: “Não vamos recuar dentro da Rocinha. Vamos continuar a avançar com o Bope e o Choque em conjunto com as Forças Armadas. Gabinete de crise montado”, disse nas redes sociais.

O dia desta sexta-feira foi marcado por violentos tiroteios na Rocinha, enquanto as forças policiais tentam capturar Rogério Avelino. Um autocarro foi incendiado e uma unidade da polícia nas proximidades atacada – um residente da zona ficou ferido na sequência deste ataque.

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