A mistura de cores de Ana Romero liga Nova Iorque a Lisboa

A designer gráfica começou a desenhar estampados para marcas, em Nova Iorque, e decidiu começar a aplicá-los à sua marca própria de acessórios e artigos de decoração.

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Ana Romero deu a conhecer a sua marca a Suzy Menkes D.R.
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Peças da marca Ana Romero D.R.
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Peças da marca Ana Romero D.R.

Quando Suzy Menkes visitou a open house na Embaixada de Portugal em Londres, durante a semana da moda, parou para conhecer melhor a marca de Ana Romero. “Tem acontecido muito na minha carreira estar no sítio certo à hora certa”, conta ao Culto a designer portuguesa que, depois de trabalhar anos como freelancer para outras marcas, decidiu lançar a sua em 2012.

Formada em design da comunicação pela Faculdade de Belas-Artes mudou-se para Nova Iorque há sensivelmente sete anos. O trabalho que tinha começado em Portugal – de criar os próprios padrões e a vendê-los para outras marcas – começou a ganhar força na Big Apple. Participava frequentemente em feiras e conseguiu juntar uma consistente carteira de clientes. Os desenhos que criava eram utilizados nos mais diversos tipos de peças – desde a moda à decoração –, mas nem sempre a artista se revia depois no resultado final. “Uma vez que vendesse os desenhos, [as marcas] ficavam com o direito de fazer o que quisessem. Muitas vezes alteravam as cores ou as escalas”, exemplifica.

Ao mesmo tempo, começou a observar como alguns dos designs que mais emoção geravam junto dos parceiros com que trabalhava acabavam por não ser aqueles que escolhiam, por não se adaptarem ao conceito da respectiva marca. Assim, identificou que havia um nicho de mercado e em 2012 lançou-se a tempo inteiro na sua marca epónima. As peças de decoração foram uma das primeiras apostas da marca. A designer procurou aplicar a experiência que tinha com o design de moda à decoração.

Com uma assinatura bem própria – a forma como explora “a cor em toda a sua potencialidade e riqueza" –, começou a desbravar caminho. Foi na International Contemporary Furniture Fair (ICFF) que fez a sua primeira grande apresentação no mercado.

A jovem designer conseguiu atrair a atenção de clientes tão importantes quanto a Barneys New York e as capas de telemóvel que desenhou chegaram a ir parar às mãos de Blake Lively, num dos últimos episódios da série Gossip Girl – algo que, numa fase inicial da marca, aumentou bastante as vendas online. Já assinou também edições limitadas de produtos em parceria com a portuguesa Fine & Candy (um caderno) e com a Anthropologie (uma colecção de sabonetes), entre outras.

A marca posiciona-se numa gama alta, com produtos mais exclusivos – alguns deles numerados e assinados pela designer. “Queria explorar um tipo de desenho com alguma complexidade” e “sabia que esse tipo de desenho tinha mais receptividade numa gama mais alta”, explica. Para lá chegar “só conseguiria competir – dado que não tinha volume – num nicho de luxo”, acrescenta.

Por motivos familiares, Ana mudou-se, em 2014, para Genebra, na Suíça – o que a obrigou a reestruturar o negócio. Mantém a empresa registada em Portugal – onde tem parte das operações. No logótipo da marca, porém, lê-se “Lisboa - New York”: a primeira “foi a cidade onde nasci” e a segunda “o lugar que me deu a oportunidade de lançar a minha colecção”, justifica a designer. “Também [assim defini] porque queria associar as duas cidades. Vemos sempre Nova Iorque associada a Londres, a Paris... Queria equipará-las.”

Hoje em dia, a venda directa através do site continua a ter um peso importante na marca, sendo que os principais mercados são o Reino Unido e os Estados Unidos. Com uma gama de produtos que passa pelas almofadas, cadernos e lenços, entre outros, o objectivo de Ana é diversificar ainda mais a oferta, dentro do universo de life&style.

No balanço da presença em Londres considera que foi importante ter estado na embaixada portuguesa porque além da influente jornalista de moda Suzy Menkes, também foi abordada por um jornalista da Forbes. Ana Romero esteve ainda na London Design Fair, que ainda está a decorrer e que está “mais orientada para vendas". Até ao momento, afirmava confiante, já tinha realizado um contacto importante com um grande retalhista.

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