Marcelo diz que proposta alternativa de orçamento é uma "reflexão muito interessante"

Chefe de Estado refere-se ao exercício levado a cabo por Paulo Trigo Pereira, Ricardo Cabral e Luís Teles Morais e Joana Andrade Vicente.

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Presidente comentou orçamento alternativo Reuters/PEDRO NUNES

Foi à saída de uma conferência da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) sobre envelhecimento, com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, ao seu lado, que Marcelo Rebelo de Sousa começou por se escusar a falar sobre o Orçamento do Estado para 2018. Indirectamente, contudo, o Presidente considerou que o grupo de economistas que apresentou um estudo propondo uma estratégia de maior despesa pública e menor ambição na redução do défice "traz uma reflexão muito interessante".

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que esse grupo de economistas - entre os quais se inclui o deputado independente eleito pelo PS Paulo Trigo Pereira - defende "por exemplo, que o chamado défice estrutural tem de ser visto de uma maneira diferente", para que seja "possível, ao mesmo tempo, controlar o défice e ter despesas públicas a pensar em problemas sociais".

"Portanto, é uma tomada de posição que tem a ver com uma reflexão europeia. E essa é uma das reflexões importantes que a Europa pode vir a fazer no futuro próximo", acrescentou.

Questionado sobre o Orçamento do Estado para 2018, o Presidente respondeu que nunca comenta o processo de negociação orçamental e salientou que só receberá o diploma para promulgação "em Dezembro, em princípio".

"Não dêem demasiado poder aos ministros das Finanças"

Na conferência o Presidente da República advertiu  que os ciclos de crescimento económico estão "mais curtos", dizendo que será bom se durarem cinco anos, e pediu "um acordo generalizado" no plano das políticas sociais de resposta ao envelhecimento.

"Temos de ter cuidado, porque sabemos que atualmente os ciclos económicos são mais curtos, não há ciclos de dez anos de crescimento económico e de emprego - não, isso acabou. Mas, se houver cinco anos, três, quatro, cinco anos, isso já são boas notícias", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa no Centro de Congressos de Lisboa.

Na sua intervenção, quase toda em inglês, o chefe de Estado elogiou o papel das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e, embora ressalvando que "sem um orçamento equilibrado é impossível viver", apelou aos ministros da área social para que se batam por verbas em Conselho de Ministros: "Não dêem demasiado poder aos ministros das Finanças".

À saída, com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, ao seu lado, escusou-se a falar diretamente sobre o Orçamento do Estado para 2018, mas considerou que o grupo de economistas que apresentou um estudo propondo uma estratégia de maior despesa pública e menor ambição na redução do défice "traz uma reflexão muito interessante".

 

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