Em silêncio total, prosseguem as buscas na escola do México

O silêncio é fundamental para detectar sinais de vida de quem se encontra soterrado nos escombros do sismo que abalou o país nesta terça-feira.

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As equipas de socorro tentam salvar os sobreviventes dos escombros da escola Enrique Rébsamen Reuters/EDGARD GARRIDO
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O silêncio e os punhos em riste têm sido uma marca nas operações de resgate no México Reuters/STAFF
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O silêncio e os punhos em riste têm sido uma marca nas operações de resgate no México Reuters/CARLOS JASSO

Passaram mais de 42 horas desde que o sismo no México provocou a morte a mais de 270 pessoas e espalhou destruição pelo país, mas ainda há esperança de encontrar sobreviventes nos destroços. Durante a manhã desta quarta-feira pensava-se que era este o caso de uma menina, ainda com vida e consciente, que se encontra soterrada nos escombros da escola Enrique Rébsamen, onde morreram pelo menos 19 crianças e seis adultos. Mas, ao final da noite, as autoridades mexicanas anunciaram que todas as crianças tinham sido retiradas dos escombros, vivas ou mortas, e que as buscas se concentravam num adulto soterrado que deverá estar vivo. A notícia original tinha sido avançada pelo El Confidencial.

Enquanto prosseguem as operações de resgate (não só na escola da capital mas em outros locais afectados), os socorristas pedem silêncio total, que pode ser essencial para ouvir um choro, um pedido de ajuda ou até o respirar de um sobrevivente soterrado. Pensava-se que a criança presa nos destroços, que teria entre oito a 12 anos e chamar-se-ia Frida, estava à espera de ser resgatada depois de ter dado sinais de vida e ter comunicado que estão outras pessoas a seu lado.

“Esperamos que em pouco tempo possamos estar a resgatar a menina e quem esteja com ela”, afirmou nesta quarta-feira o almirante José Luis Vergara, que referia que a sobrevivente tinha sido localizada através de infravermelhos.

Vergara explicava ainda que estavam a tentar chegar à menor a partir de cima (estavam a cerca de três metros e meio acima dela), depois de terem cortado uma laje, o que, em princípio, lhes daria "acesso de forma imediata”, ainda que também haja outro acesso a partir do qual poderão conseguir alcançá-la. A estratégia de salvamento chegou a ser alterada com receio de que os escombros colapsem e afectem os sobreviventes.

O responsável referia ainda que a menina se encontra protegida por uma mesa de granito “e tudo indica que foi isso que lhe salvou a vida”, revela Vergara, citado pelo El Confidencial. Já a cadeia mexicana Televisa adiantava que as autoridades tinham tentado contactar, sem sucesso, os familiares da menina soterrada.

O Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, tinha definido anteriormente como prioridade o salvamento de quem se encontra soterrado pelos escombros dos edifícios que ruíram. Em torno da escola, que se tornou um símbolo da tragédia, juntam-se não só as equipas de resgate como voluntários e jornalistas.

Na escola estavam registados mais de 340 alunos e 27 professores e funcionários — os dados oficiais dão conta de 19 alunos e seis adultos mortos. Não se sabe quantas estavam no local na altura do sismo de magnitude 7,1 na escala de Richter que abalou o Centro e o Sul do México. Na terça-feira, pelo menos 11 crianças tinham sido resgatadas com vida da escola Enrique Rébsamen.

Este foi o sismo mais mortífero no México desde o tremor de terra de 1985, que matou milhares, e aconteceu precisamente 32 anos depois. Morreram até agora 273 pessoas na sequência do terramoto de terça-feira, mais de uma centena delas na Cidade do México. Pelo menos 38 edifícios colapsaram totalmente e, segundo o presidente da Câmara da Cidade do México, tinham sido, até esta quarta-feira, socorridas mais de 50 pessoas com vida dos escombros.

Notícia actualizada às 22h03: as autoridades mexicanas referiram que não existe nenhuma criança entre os escombros

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