O Banco Central Europeu anunciou esta quinta-feira que vai lançar até 2020 uma nova taxa de juro de referência, que irá “complementar” as taxas de juro produzidos pelo sector privado, como a Euribor.

O anúncio surge depois de falhada a tentativa para criação de uma nova Euribor, ou reformulação da sua fórmula, na sequência dos escândalos de manipulação entretantos conhecidos. Essa tarefa foi confiada ao Instituto Europeu dos Mercados Monetários (EMMI), de que fazem parte as associações bancárias dos países europeus e que deveriam ter a reformulação pronta em 2018.

 A Euribor serve de referência a vários operações de empréstimo, como o crédito à habitação e empresas, e a produtos financeiros, como alguns depósitos.

O comunicado refere que a nova taxa de juro overnight (fixada diariamente) “terá como base apenas as transacções em euros que são anunciadas pelos bancos”.

A iniciativa do BCE ainda está numa fase embrionária, não sendo ainda perceptível o que significa que a nova taxa será “um complemento às taxas que são fixadas pelo sector privado e irá servir como apoio para estas taxas” e que “servirá como um mecanismo de apoio aos índices dos juros do sector privado".

“As taxas de juro de referência estão actualmente sob reformas profundas. O BCE decidiu tomar a iniciativa dado que as taxas têm um papel importante de âncora nos contratos nos mercados financeiros”, refere a autoridade liderada por Mario Draghi .

A fórmula de cálculo da Euribor revela fragilidades, como se comprovou pelos casos de corrupção, e não revela a realidade dos empréstimos entre bancos. É que a Euribor é calculada através das taxas de juros que um número alargado de bancos diz estar disposto a emprestar dinheiro, não reflectindo os empréstimos efectivamente realizados. A Eonia é uma taxa de juro efectiva, calculada como média ponderada de todas as operações de concessão de crédito, efectuadas no mercado interbancário do euro pelo prazo de um dia (overnight).