Associação da GNR denuncia degradação de instalações com mais de 500 anos em Lagos

Profissionais da Guarda falam em “paredes e tectos a cair” e em “situações que colocam em perigo a saúde pública”.

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Algumas imagens do posto da GNR de Lagos e das viaturas de serviço Fotos DR
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Algumas imagens do posto da GNR de Lagos e das viaturas de serviço Fotos DR
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Veículos têm milhares de quilómetros Fotos DR
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A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) veio mais uma vez nesta segunda-feira denunciar “as precárias condições” em que funciona o Posto Territorial de Lagos, “sem que estejam em curso soluções, pese embora estas existam e o seu alcance esteja à distância da existência de vontade política”.

Esta associação fala “em instalações com cerca de 500 anos, um antigo convento que recebeu pela primeira vez um aquartelamento da GNR há mais de cem anos, em 1911”, cuja falta de condições vem denunciando há cinco anos.

Salientando que o estado de desadequação e de degradação destas instalações “já foi assumido pela tutela”, lembra que o município de Lagos “já tinha disponibilizado as instalações da antiga escola EB 2/3 n.º 1 e, posteriormente, instalações no Chinicato, onde funciona já o Destacamento de Trânsito, tendo estado a conclusão das obras de adequação prevista para o início deste ano”.

Sem condições de "salubridade"

“O Posto Territorial de Lagos não tem o mínimo de condições de habitabilidade e salubridade, estando em causa o bem-estar dos profissionais que lá prestam serviço, assunto que não parece preocupar a tutela. Paredes e tectos a cair, canalização que coloca em perigo a saúde pública, espaço sem condições para atender o cidadão, para efectuar refeições, para pernoitar ou descansar - é esta a realidade existente e que tem vindo a degradar-se de forma acentuada”, é escrito no comunicado.

A associação entende que “este é um lapidar exemplo de falta de respeito pelas condições de serviço dos profissionais da GNR, que se arrasta injustificadamente há já demasiado tempo”.

António Barreira, coordenador da delegação sul da APG/GNR, fala de “uma novela que dura há vários anos”, que “tem passado por vários governos sem que ninguém tivesse feito nada” e lembra que numa das respostas ao grupo parlamentar do PCP a actual ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, “garantia que no início de 2017 o problema estaria resolvido.

Afirmando ao PÚBLICO que a Câmara Municipal de Lagos “tem feito tudo ao longo dos anos para resolver a situação, Barreira aponta “total responsabilidade aos diversos governos que não têm querido resolver a situação".

Viaturas com "milhares de quilómetros"

O dirigente fala também em três viaturas de serviço “com milhares de quilómetros capazes de ir para a sucata” e em “vários militares de baixa por não aguentarem a situação precária em que são obrigados a trabalhar”.

“Nós não reclamamos apenas por estar em causa a segurança dos militares, reclamamos porque também está em causa a segurança dos civis que têm que se deslocar ao posto. Há tectos e paredes a cair. Se um dia houver um azar de quem é a responsabilidade?”,pergunta.

António Barreira relembra que Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) determinou que a cela destinada aos detidos foi mandada encerrar por não ter condições e faz uma nova pergunta: “Para os presos não tem condições, mas para os militares e civis que vão ao posto?”.

Este membro da associação diz que não é apenas o posto de Lagos que tem problemas (“há outros iguais ou ainda piores”) e assegura que “a partir de agora todas as segunda-feiras” vão denunciar “instalações sem condições para funcionar”.

O PÚBLICO contactou o gabinete de imprensa do Ministério da Administração Interna (MAI) sobre esta situação que respondeu que "não faz comentários a posições de associações sócio profissionais.”

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