Ele retratou Manila sem limite ou censura

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Foi de mente aberta e sem qualquer tipo de expectativa que Jamèl van de Pas desembarcou na capital das Filipinas. Empurrado por uma situação inesperada e perturbadora na sua vida pessoal, o holandês procurou refúgio em Manila, onde fotografou ao seu estilo pessoal, "à queima-roupa". Van de Pas, não estreante no P3, considera a sua abordagem fotográfica muito impulsiva, motivo por que parte quase sempre sem um plano. "Digamos que sabia apenas que [em Manila] existiriam fotografias que estavam à minha espera", conta, em declarações enviadas por email. A espontaneidade é a sua principal aliada no momento de fotografar. "O conteúdo das minhas fotografias depende grandemente das pessoas com quem me vou cruzando e dos becos por onde vou vagueando. Aceito tudo de braços abertos e esse é um dos motivos por que existe uma grande variedade temática no meu trabalho. Se fores estrangeiro e pensares 'é assim que devo retratar Manila', então seguramente não o irás fazer. É preciso ir lá e fotografar tudo o que se cruza no caminho." O trabalho de Daido Moriyama e de William Klein são referências importantes para o holandês. "O que me distancia deles é o meu interesse pela captura de situações de intimidade e pelo retrato. Gosto de pensar que o meu trabalho é produto de uma acção participante e não observadora." Sobre Manila, conclui que "a cidade parece ser fria e muito violenta, devido à guerra às drogas que se mantém e à pobreza generalizada, mas estar lá é como estar num constante abraço": "Não importa a direcção em que apontas a câmara, encontras sempre um sorriso."