Juros da dívida portuguesa a cair para mínimos desde o final de 2015

Na primeira sessão após a decisão da Standard & Poor’s, Portugal está já a retirar os benefícios da saída do seu rating do “lixo”.

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Custos de financiamento de Portugal estão a cair NFS - Nuno Ferreira Santos

Com a descida de taxas de juro mais acentuada entre os países da zona euro, a dívida pública portuguesa está a ser, esta segunda-feira, o grande destaque da primeira sessão dos mercados obrigacionistas desde a decisão da Standard & Poor’s (S&P) de subir o rating de Portugal.

De acordo com os dados publicados pela Reuters, a meio da sessão, as taxas de juro da dívida pública a 10 anos registava uma descida de 0,27 pontos percentuais, cifrando-se ligeiramente acima dos 2,5%. Este é o valor mais baixo registado desde o final de 2015 e reforça a tendência de descida das taxas de juro da dívida portuguesa que se tem vindo a registar nos últimos meses.

O diferencial dos juros nacionais face ao de outros países europeus também está a cair de forma acentuada, já que em países como a Alemanha, Espanha ou Itália, apesar de nesta sessão as taxas estarem também a descer, estão a fazê-lo de forma muito mais moderada. No caso de Espanha, a descida era de apenas 0,05 pontos percentuais e em Itália de 0,035 pontos.

A descida das taxas de juro era já esperada depois de na noite da passada sexta-feira, a Standard & Poor’s ter surpreendido ao elevar o rating português de BB+ para BBB-, retirando o país do nível “lixo” em que se encontrava há já cinco anos e meio. Um decisão deste tipo por parte de uma das três grandes agências – S&P, Moody’s e Fitch – apenas era esperada para o final do ano, já que habitualmente uma agência sinaliza este movimento com uma mudança de perspectiva de “estável” para “positiva”, algo que a S&P ainda não tinha feito.

Ao ficar com mais um rating acima de “lixo”, para além do já atribuído pela mais pequena agência DBRS, existe a expectativa de que a base de potenciais investidores em dívida pública portuguesa se alargue, já que muitos estavam limitados pelo facto de as principais agências de notação financeira internacionais não atribuírem um “grau de investimento” ao país.

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