Prestes a cumprir 50 anos, a Rolling Stone está à venda

Co-fundador da revista está à procura de um investidor com "montes de dinheiro" que entenda o espírito da publicação.

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Reuters/HO

Jann Wenner, co-fundador da revista Rolling Stone, e o filho Gus colocaram à venda a participação maioritária que detêm na publicação através da empresa Wenner Media. A decisão é anunciada a poucos dias da publicação cumprir o 50.º aniversário.

Em entrevista ao jornal norte-americano New York Times, Jann Wenner diz que mantém o prazer de trabalhar com a publicação, mas que a decisão de vender a participação é “a coisa mais correcta a fazer”. 

“Existe um certo nível de ambição que não conseguimos atingir sozinhos”, acrescentou. “Estamos a ser proactivos e queremos estar na linha da frente”, disse.

Posteriormente, em comunicado, o actual presidente da empresa, o filho Gus, de 27 anos, explicou que foram dados “grandes passos ao transformar a Rolling Stone numa empresa multi-plataforma", e que é agora necessário "encontrar a casa certa" para alicerçar o futuro da revista.

A Wenner Media era proprietária de de duas publicações, a US Weekly e a Men’s Journal, ambas vendidas recentemente. No ano ano passado, a empresa familiar já tinha vendido 49% da Rolling Stone à BanLab Technologies, uma empresa de tecnologia sediada em Singapura.  

De acordo com a BBC, não são conhecidos até ao momento quaisquer potenciais compradores para a publicação norte-americana. Ao New York Times, Jann Wenner disse que a empresa está à procurar de um investidor com "montes de dinheiro" que compreenda o espírito da revista.

A Rolling Stone, que começou por ser uma publicação predominantemente dedicada à música, transformou-se ao longo dos últimos anos numa revista com um foco político e social. Em 2006, por exemplo, assumiu um combate aberto ao então Presidente norte-americano George W. Bush. Em 2009, publicou com um extenso artigo sobre o banco de investimento Goldman Sachs, ali descrito como "um grande polvo vampírico agarrado à cara da Humanidade". No ano seguinte, um perfil sobre o general Stanley McChrystal, o comandante das forças norte-americanas no Afeganistão, resultou no afastamento do militar pelo então Presidente Barack Obama.

A revista atravessaria uma grave crise em 2014, na sequência da publicação de uma reportagem sobre um suposto caso de violação na Universidade de Virgínia. A história veio a revelar-se falsa e a Rolling Stone foi condenada por difamação. O processo teve pesados custos financeiros e reputacionais para a revista.

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