No último dia de greve, mais de três mil enfermeiros marcharam em Lisboa

PCP e Bloco chamaram o ministro da Saúde ao Parlamento. Sindicato dos Enfermeiros diz que vai marcar nova greve para depois das eleições autárquicas se exigências reivindicadas não forem cumpridas pelo Governo.

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Milhares de enfermeiros protestaram em frente ao Parlamento Mário Cruz/Lusa
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Bastonária dos enfermeiros esteve no protesto Mário Cruz/Lusa
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Milhares de enfermeiros protestaram em frente ao Parlamento Mário Cruz/Lusa
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Milhares de enfermeiros protestaram em frente ao Parlamento Mário Cruz/Lusa
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Milhares de enfermeiros protestaram em frente ao Parlamento Mário Cruz/Lusa

Nesta sexta-feira, no último dos cinco dias de greve, mais de três mil enfermeiros reuniram-se em Lisboa para uma manifestação que passou pelo Palácio de Belém e pela Assembleia da República, segundo contas dos sindicatos. O PCP e o Bloco de Esquerda (BE) pediram a presença do ministro da Saúde no Parlamento, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros vai reunir-se com os sindicatos e já está marcada mais uma greve para depois das eleições autárquicas.

A manifestação obrigou ao corte da Avenida da Índia nos dois sentidos, tendo o percurso do desfile arrancado do Palácio de Belém pelas 14h, tal como estava previsto.

Depois do protesto junto ao Parlamento, os enfermeiros seguiram para a residência oficial do primeiro-ministro, onde foi entregue um documento com as reivindicações, levando a restrições no trânsito também na calçada da Estrela e na Rua de S. Bento.

Os enfermeiros cumpriram o último de cinco dias de greve nacional, sendo que, durante os quatro primeiros dias de paralisação, a adesão dos profissionais rondou valores entre os 80% e os 90%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros, que marcou o protesto em conjunto com o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem. Várias cirurgias foram adiadas e muitas consultas foram canceladas.

Aumento salarial para especialistas

Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respectivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

A Ordem dos Enfermeiros anunciou que vai chamar os vários sindicatos que representam os profissionais para uma reunião onde se "sentem à mesa e conversem", disse a bastonária durante o protesto em Lisboa. Em declarações aos jornalistas durante a concentração em Lisboa, Ana Rita Cavaco afirmou que as manifestações de descontentamento dos profissionais tiveram um pré-aviso de um ano e meio. Desta forma, na segunda-feira, os vários sindicatos deverão reunir-se com a bastonária.

Chegados à Assembleia da República, cerca das 16h, os milhares de enfermeiros aí reunidos realizaram um protesto ruidoso que se seguiu a uma manifestação por várias ruas de Lisboa. "Basta!", "Sem medo!" e "Os enfermeiros estão em luta!", foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes que encheram o largo e as ruas envolventes ao edifício do Parlamento.

Durante o dia de protestos, o PCP pediu a presença, no Parlamento, do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, para prestar esclarecimentos sobre a situação dos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde, informou esta sexta-feira o partido.

PCP reuniu-se com enfermeiros

O grupo parlamentar comunista adiantou ainda, em comunicado, que reuniu com o Sindicato dos Enfermeiros, que convocou a paralisação, e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

O BE, que recebeu também alguns dirigentes sindicais, vai também chamar ao Parlamento o ministro da Saúde com “carácter de urgência. O deputado bloquista Moisés Ferreira considerou que o Governo "tem nas suas mãos" a possibilidade de apresentar propostas que vão ao encontro das exigências dos profissionais.

O Sindicato dos Enfermeiros informou também esta sexta-feira que avançará para uma nova greve oito a 15 dias depois das eleições autárquicas, marcadas para 1 de Outubro, caso o Governo não satisfaça algumas das suas exigências.

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