TAP contrata mais 100 tripulantes de cabine até ao fim do ano

Empresa garante que não há discriminação de idades nas contratações, após perguntas do PS.

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Empresa está a reforçar quadros de pessoal Daniel Rocha

A TAP formou 200 novos tripulantes de cabine desde o início do ano e até ao final de 2017 diz que serão integrados mais 100 para responder ao aumento do número de rotas, segundo fonte oficial da companhia aérea. Em resposta à agência Lusa, no âmbito de críticas ao serviço prestado a bordo dos aviões devido a tripulação reduzida, a TAP informou que o crescimento da operação no primeiro semestre, "sobretudo através do aumento do número de rotas disponibilizadas no mercado, produziu uma necessidade maior do que a prevista no número de tripulantes de cabine, em especial na operação de médio curso".

Esta semana a Lusa testemunhou, num voo de Lisboa para Frankfurt (Alemanha), o anúncio da colocação de refeições nos bancos dos passageiros, ainda antes do embarque, num dos casos, e a distribuição apenas de água, em outro, por a tripulação ser insuficiente para assegurar a habitual distribuição de refeições. Também o serviço de vendas a bordo não foi efectuado.

No esclarecimento à Lusa, a companhia explicou que iniciou formação de novos tripulantes em Janeiro e depois novos cursos em Maio, "com vista a manter a estabilidade da operação". Deste modo a TAP preparou de forma progressiva, desde o início do ano, mais de 200 novos tripulantes de cabine. Para que seja possível manter níveis adequados de reservas, serão ainda formados e integrados cerca de mais 100 tripulantes de cabine até ao final do ano". Em Julho já tinha sido notícia a não de distribuição de refeições em aviões da TAP por falta de tripulantes.

TAP diz que não há discriminação de idades nas contratações

Este mês, um grupo de deputados do PS questionou o ministro do Planeamento e Infra-estruturas, Pedro Marques, sobre o que dizem ser práticas de “discriminação em função da idade na política de recrutamento da TAP”. Os deputados socialistas, após referirem que esta questão já se tinha colocado no passado, com promessas de resolução, perguntam se o Governo “tem conhecimento de que a TAP, contrariando os esclarecimentos anteriormente prestados, mantém afinal uma política de discriminação em função da idade na sua política de recrutamento”.

De acordo com os deputados, num dos pontos do regulamento para a selecção de comissários/assistentes de bordo, em Maio, foi indicado aos candidatos a aplicação de “um coeficiente variável conforme a idade, tornando-o um factor preferencial de exclusão com três coeficientes distintos de idade (31-35 anos, mais de 35 anos e mais de 40 anos)”.

O Governo ainda não respondeu, mas a TAP sim, através de uma nota escrita, que enviou ao PÚBLICO. De acordo com a transportadora aérea, onde o Estado detém 50% do capital, “embora no passado a política de recrutamento da TAP tenha contado com essa vertente como factor de selecção, este procedimento já foi abandonado”. Hoje, diz a TAP, “o regulamento de selecção de comissários e de assistentes de bordo deixou de considerar a idade como elemento relevante no recrutamento”.

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