Teresa Bettencourt deu a alcunha de infância às coloridas malas Manjerica

A designer portuguesa criou em 2012 a sua própria marca de malas de pele feitas à mão, em parceria com o namorado, Carlos Elavai.

Teresa Bettencourt e a irmã eram “manjericas” aos olhos do pai. Mal sabia este que a alcunha que tinha dado às filhas seria um dia o nome da marca de acessórios de uma delas. Lançada em 2012, pela designer açoriana – em parceria com Carlos Elavai –, a Manjerica é conhecida pelas suas malas coloridas feitas à mão.

“Procurámos fazer peças com técnicas artesanais e com um design mais actual”, conta Teresa Bettencourt ao Life&Style. As colecções variam entre malas mais simples, em várias cores, e outras com padrões divertidos ou diferentes tipos de adornos. O modelo Leelee é aquele que melhor representa a marca e cada estação aparece em diferentes designs – reinventando-se de seis em seis meses.

A designer açoriana desenha para “mulheres que gostam de arriscar” e que “fazem o seu próprio estilo”, independentemente das tendências de moda mais passageiras. Com preços que variam entre os 150 e 425 euros, a marca posiciona-se num segmento premium, com materiais de qualidade – predominantemente a pele – e um fabrico artesanal. As peças são produzidas no Norte, por “um senhor que trabalhou em Paris e aprendeu lá como fazer malas” – utilizando “o mesmo tipo de técnicas que aprendeu em casas como a Dior”, conta Teresa Bettencourt.

As peças da marca estão hoje disponíveis em cerca de uma dúzia de lojas – maioritariamente em Portugal –, mas é a venda directa, através da loja online, a mais significativa a nível de facturação. Foi através do canal digital que começaram a vender, em 2012, uma primeira colecção de 25 modelos.

Ao mercado chegam novas colecções a cada nova estação, sendo que alguns dos mais procurados – como a bakhita e salina – se mantêm à venda durante longos períodos de tempo.

Cerca de um mês após o primeiro lançamento, recorda Teresa, foram contactados por uma revista de moda portuguesa. Pouco tempo depois, começaram à procura de “alguém que personificasse a marca”. Decidiram que Raquel Prates seria a escolha ideal e tentaram contactar a apresentadora de televisão e empresária através do Facebook. Com alguma surpresa, receberam imediatamente uma resposta positiva, dando início a uma colaboração que dura até hoje. A loja lisboeta 39A Concept Store inaugurada em 2014, por Raquel Prates – autora também de um blog homónimo – permanece um dos principais pontos de venda da marca.

Uma empresa portuguesa, com certeza

Como qualquer pessoa que já tenha tentado dar um nome a alguma coisa – inclusive o título de uma notícia – poderá comprovar, nem sempre é tarefa fácil. “Uma das coisas que nós queríamos era ter um nome português”, recorda Teresa Bettencourt. “Na altura dos Santos Populares estava a ver um outdoor com um manjerico e lembrei-me que o meu pai chamava a mim e à minha irmã manjericas, quando éramos mais pequeninas – éramos as manjericas deles!”.

“Somos uma marca para o mundo, mas a nossa origem é portuguesa”, afirma a criadora. Tal como as marcas italianas, que são reconhecidas imediatamente pela qualidade de produção do país, explica, “queríamos, um dia, que outras pessoas olhassem para o nome português e ligassem ao know how e ao design”.

A empresa continua hoje a ser, essencialmente, uma  operação a dois, sendo que Carlos Elavai – que está mais ligado ao aspecto do negócio – e Teresa Bettencourt trabalham ambos a partir de Lisboa. Com a marca “consolidada já em Portugal”, aponta a criadora, estão agora “focados na exportação e venda online”.

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