Moradores da Pontinha, Odivelas, protestam contra a falta de oferta escolar na vila

Manifestação foi iniciativa de uma encarregada de educação que tem o filho numa escola longe de casa pois não arranja vaga na Pontinha.

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Nuno Ferreira Santos

Os moradores da Pontinha, concelho de Odivelas (distrito de Lisboa), estão a manifestar-se nesta segunda-feira contra a falta de estabelecimentos de ensino na vila, situação que os obriga a percorrer vários quilómetros para que os filhos possam frequentar a escola.

O protesto começou às 18h00 e foi convocado por uma encarregada de educação que, segundo disse à agência Lusa, está "desesperada" e não tem "condições para suportar por mais um ano as deslocações para o único estabelecimento de ensino onde o filho tem vaga".

"São dois anos consecutivos a levar todos os dias o meu filho da Pontinha para a Serra da Luz (cerca de quatro quilómetros). Este ano cheguei ao limite e decidi lutar pelos meus direitos. Para a Serra da Luz ele não vai. Ou me arranjam vaga na Pontinha ou ele não vai à escola", afirmou, indignada, Vera Teixeira.

Em causa está, explicou esta encarregada de educação, o facto de as duas escolas básicas existentes na vila da Pontinha não terem vagas suficientes para as crianças que ali residem, situação que "piorou" depois de a escola básica Doutor Mário Madeira ter decidido eliminar o número de turmas e de anos, abrindo este ano letivo com apenas duas turmas do 4º ano.

Já o outro estabelecimento escolar do ensino básico da vila da Pontinha, a escola básica Melo Falcão, não tem capacidade para responder a todas as solicitações.

Perante este cenário, os alunos que não conseguem vaga nestes estabelecimentos são reencaminhados para outras duas escolas (Serra da Luz e Paiã), que ficam também na freguesia da Pontinha, mas "a uma distância muito grande" da sua residência.

"O meu filho tem seis anos e só teve vaga na escola da Paiã. Eu entro no trabalho às 07:00 e não tenho ninguém que o possa levar à escola. Como é que eu vou fazer? Alguém que me arranje uma solução porque eu não tenho. Se ele não for para mais perto não consegue ir à escola", afirmou Sónia Ferreira, outra encarregada de educação ouvida pela Lusa.

Por seu turno, numa resposta escrita enviada à Lusa, fonte da Câmara Municipal de Odivelas sublinhou que o critério da área de residência não é dos mais prioritários na distribuição dos alunos pelos diferentes estabelecimentos de ensino.

A mesma nota refere que os aspectos mais prioritários dizem respeito a necessidades educativas especiais ou à frequência no ano lectivo anterior daquele estabelecimento de ensino.

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