Carros autónomos não serão vendidos nos EUA sem plano de cibersegurança

A utilização de carros autónomos como armas é uma das preocupações dos legisladores norte-americanos.

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Os carros terão de incluir uma forma de desligar a condução autónoma Reuters/Elijah Nouvelage
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Os carros autónomos a circular nos Estados Unidos serão obrigados a ter um plano de cibersegurança definido que os impeça de serem utilizados em ataques de terroristas, segundo um projecto de lei aprovado esta quarta-feira pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

O documento bipartidário – redigido pelos partidos Democrata e Republicano – define legislação nacional para a automatização da condução. 

Um dos maiores focos é garantir a “protecção do consumidor”, através de um “processo para identificar, avaliar e mitigar” vulnerabilidades de “ciberataques, ou intrusões não autorizadas, incluindo mensagens falsas e conteúdo malicioso do veículo”. Nenhum fabricante pode "vender, oferecer para compra, introduzir, distribuir ou importar" um veículo com capacidades autónomas (totais ou parciais) para os Estados Unidos sem que este tenha um plano de cibersegurança definido, a identificação do responsável do plano e uma forma de "desligar" as funções autónomas do veículo.

Ao eliminar o erro humano, os carros autónomos têm a possibilidade de aumentar a segurança nas estradas, diminuir problemas de trânsito e reduzir os custos de transporte nas cidades. Porém, os legisladores norte-americanos querem assegurar a cibersegurança. A utilização de carros como armas – com veículos que são conduzidos, propositadamente, na direcção de multidões de pessoas – é um elemento comum aos ataques de Barcelona, Charlottesville, Londres e Nice, entre outros.

“Temos de garantir que a segurança é a prioridade número um, discutir a cibersegurança e perceber o impacto destes carros no mercado de trabalho e na sociedade”, frisa a congressista democrata, Debbie Dingell, em comunicado. “Os Estados Unidos têm de se manter na frente da inovação e da tecnologia, e temos de garantir que somos nós no lugar do condutor, não países como a China ou a India.”

Se o documento for aceite, os fabricantes de carros autónomos (como a General Motors, Ford e a Waymo do Google) vão poder produzir carros de nível cinco, ou seja, sem volantes ou pedais (equipamentos actualmente obrigatórios em carros conduzidos por humanos) em qualquer estado norte-americano. Trata-se da classificação mais alta para um carro autónomo, descrevendo uma máquina que é capaz de conduzir em qualquer lugar, e de tomar decisões.

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