Governo não tem notícia de desaparecidos de nacionalidade portuguesa

Estima-se que várias centenas de portugueses estejam de férias na rota do furacão. E há milhares de outros inscritos como residentes nos consulados portugueses.

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República Dominicana LUSA/Luis Tavarez

Pelo menos até ao final do dia desta quinta-feira não havia notícia de portugueses desaparecidos no olho do furação Irma. O Governo não podia, porém, responder por todos. Continuava sem saber da sorte dos 165 portugueses residentes em São Bartolomeu e dos 54 residentes em Martinica, territórios ultramarinos da França no Caribe que permaneciam incontactáveis.

O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, está em Andorra, a acompanhar a visita oficial do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. E, ao longo do dia, fez vários pontos da situação sobre o Irma, que já atinge a categoria 5, a mais elevada na escala de Saffir-Simpson.

O governante tinha uma fonte que lhe trazia informação obtida através do método da bola de neve: o Gabinete de Emergência Consular, que está em contacto com as embaixadas e os postos consulares, com ligação às autoridades locais, mas também com as principais agências de turismo, com ligação aos hotéis, e conseguira “accionar a cooperação com o gabinete de crise dos serviços franceses e articular resposta com a representação consular da Suécia naquela região”. Estava também a contar com o gabinete de emergência da União Europeia.

O secretário de Estado das Comunidades sentou-se para jantar ainda a temer pela sorte dos residentes em São Bartolomeu e Martinica, isolados pelos cortes de electricidade e de comunicações. “Não há notícias de cidadãos portugueses desaparecidos, apenas dificuldades em contactá-los por as comunicações serem difíceis”, esclareceu, numa curta declaração ao PÚBLICO.

Ao que lhe era dado saber àquela hora, rondavam os 140 os contactos feitos para o Gabinete de Emergência Consular por pessoas que queriam informar as autoridades que estavam bem ou que os seus familiares estavam bem. Houve um pedido de ajuda oriundo da República Dominicana, que “foi de imediato respondido”. E outro de Cuba, “tendo imediatamente sido dadas instruções à embaixada em Havana para falar com essa pessoa”.

Para evitar dissabores, José Luís Carneiro pede a todos os portugueses na rota do furação que sigam “as recomendações das autoridades locais” e evitem deslocações desnecessárias.

Os efeitos devem começar a sentir-se em Cuba já nesta sexta-feira. As autoridades cubanas informaram que quem estava a passar férias em Cayo Coco já fora transferido para locais seguros. Alguns órgãos de comunicação social conseguiram falar com portugueses que lá se encontram. "Ontem [quarta-feira], o representante da agência de viagens tinha-nos avisado para termos as malas prontas porque o hotel ia ser evacuado. Hoje, por volta das 7h, ligaram para o quarto a dizer que seríamos transferidos para Havana", relatou Vera Costley-White à agência Lusa, parte de um grupo de 22 que seriam levados de Cayo Coco para Havana. Outros 70 seguiriam para Varadero.

O furação segue para a Florida, nos Estados Unidos. E é muito significativo o número de portugueses aí residentes.

Estima-se que várias centenas de portugueses estejam de férias na rota do furacão. E há milhares de outros inscritos como residentes nos consulados portugueses. Moram, sobretudo, na Florida (70 mil). As comunidades são bem mais pequenas na República Dominicana (220), Cuba (60), São Bartolomeu (165), Guadalupe (58), Martinica (54), Porto Rico (36) e San Martin (19). Presume-se que o número de portugueses supere o número de inscritos nos serviços consulares. “Apesar do furacão, continua a haver portugueses a viajar para as zonas afectadas”, disse José Luís Carneiro.

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