Câmara de Setúbal emite alerta para muralha em risco junto a prédios

Protecção civil detectou fissuras que colocam em causa a integridade da estrutura e a segurança da população. Município diz que há “risco colectivo eminente” e adoptou medidas de segurança como proibir a entrada de carros nas garagens de sete prédios de vários andares

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A muralha de sustentação nas traseiras de prédios na Rua Óscar Paxeco, no perímetro urbano da cidade de Setúbal, estará em risco de ruir, segundo a Câmara Municipal de Setúbal que emitiu um alerta esta quinta-feira de manhã.

“A identificação de riscos estruturais graves na muralha motivou a Câmara Municipal a emitir uma Declaração de Situação de Alerta, com efeitos desde ontem”, refere a autarquia em comunicado, acrescentando que a avaliação técnica à muralha, pelo Serviço Municipal de Protecção Civil e Bombeiros de Setúbal “identificou a existência de fissuras verticais longitudinais nas juntas de dilatação, o que provocou o movimento rotacional de segmentos”.

“Verificou-se que a muralha está com fissuras verticais e horizontais e que a estrutura já tem um desnível de cerca de 12 centímetros que obriga a uma avaliação e intervenção”, disse José Luís Bucho, responsável da Protecção Civil Municipal ao PÚBLICO.

A Declaração de Situação de Alerta determinada pelo município está em vigor desde as 9h00 de quarta-feira e mantém-se activa até à conclusão da operação, com acções já em curso, necessária para reposição da integridade estrutural da muralha. Na nota divulgada nesta quinta-feira, a autarquia justifica a declaração de alerta como “carácter preventivo e justificada pela gravidade da situação em causa”.

Segundo o mesmo documento, existe “um risco colectivo eminente” que “coloca em causa a integridade da infra-estrutura e a segurança da própria população, tanto para os moradores dos prédios afectados, compreendidos entre os lotes 5-A e 17-A, como para os munícipes residentes em moradias existentes à cota inferior, na Rua Clube Recreativo da Palhavã”.

Trata-se de uma muralha em betão, da década de 80, que sustenta os terrenos onde estão construídos sete prédios de com mais de seis pisos de altura cada um e respectivas garagens.

A muralha terá 100 metros de comprimento e uma altura variável entre os dois e os 15 metros.

O município anuncia que adoptou um conjunto de “medidas excepcionais de prevenção”, como a interdição do acesso automóvel às garagens dos prédios em risco, e que avançou com “os procedimentos necessários para a contratação e adjudicação de uma empresa especializada para a execução da obra” de estabilização da muralha”.

De acordo com a Câmara de Setúbal, a Declaração de Situação de Alerta permite à autarquia avançar com esses procedimentos administrativos pelo que, ainda “para esta semana, está prevista a visita ao local afectado de uma empresa técnica de especialidade para realização de uma avaliação técnica que permita avançar, o mais rapidamente possível, para um projecto de execução e, posteriormente, para respectiva obra de consolidação estrutural da muralha”.

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