Universidade da Beira Interior não entregou orçamento devido a "subfinanciamento crónico"

Reitor António Fidalgo garante que instituição não recebe sequer o valor suficiente para pagar os ordenados.

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ADRIANO MIRANDA

A Universidade da Beira Interior (UBI) não submeteu a proposta orçamental para 2018, situação que resulta do "subfinanciamento crónico" a que a instituição está votada, disse hoje, à agência Lusa, o reitor desta universidade sediada na Covilhã.

"Esta é uma consequência clara do subfinanciamento crónico a que a UBI enfrenta há vários anos e que, a prazo, vai resultar no estrangulamento financeiro da UBI porque, como tenho referido sistematicamente, não recebemos sequer o valor suficiente para pagar os ordenados", afirmou António Fidalgo.

Contactado pela Lusa, o reitor começou por confirmar que a proposta orçamental não foi submetida na Direcção-Geral de Orçamento, referindo que a UBI estava impossibilitada de realizar tal procedimento, "em respeito pela lei e pelas regras contabilísticas, que exigem um equilíbrio entre as receitas e as despesas".

"As regras dizem que não posso esconder a despesa, nem empolar a receita e, perante isto, a UBI fica impossibilitada de submeter a proposta", acrescentou, remetendo esclarecimentos mais detalhados para o discurso que fará esta quinta-feira durante a cerimónia de tomada de posse do segundo mandato para o qual foi eleito.

Questionado sobre as eventuais consequências da decisão de não submeter a proposta, António Fidalgo assumiu estar preocupado, mas salientou que "compete à tutela resolver a situação".

Esclareceu ainda que no dia 17 de Agosto deu conhecimento à tutela da impossibilidade de submissão da proposta e que já a 24 de Agosto pediu uma reunião à Comissão de Educação e Ciência na Assembleia da República, de modo a expor o problema relativo ao subfinanciamento da UBI.

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