Museu de Óptica do Funchal tem 650 câmaras fotográficas em exposição

O novo museu do Funchal, na Madeira, apresenta a colecção de Rui Aguilar: são 2000 peças reunidas durante 50 anos, com 650 câmaras fotográficas

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Funchal Notícias/DR

O Museu de Óptica, que abriu portas na cidade do Funchal, nasceu, cresceu e tornou-se museu por obra de Rui Aguilar, engenheiro de profissão, que reuniu milhares de peças, coleccionadas ao longo da vida. Ao todo o museu conta com 2000 peças, reunidas durante 50 anos, divididas entre câmaras fotográficas (650 exemplares) e a categoria de binóculos/telescópios (cerca de 500).

Sérgio Aguilar é o filho "romântico", como se gosta de intitular, do engenheiro coleccionador que olhou para a colecção do pai e lhe quis dar o valor que merecia. "Com a sua personalidade invulgar e uma visão extraordinária, criou de forma imperceptível uma colecção extraordinária de objectos que, incontornavelmente, merecem ser partilhados com todo o público", explicou.

A nível nacional, este espaço inédito de 180 metros quadrados, que pode aumentar em breve para os 250, deve o seu nome "aos elementos que, de alguma forma, captam, transformam ou produzem luz, transversais a todas as peças da colecção", explica Sérgio Aguilar.

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O Museu de Óptica "está disposto tendo em conta vários critérios, sendo estes a categoria do equipamento, a arquitectura tecnológica e as datas, tentando criar uma progressão lógica na apresentação dos objectos". É isto que se pode ver e apreciar num investimento que contou com a aquisição de um prédio em pleno centro da cidade do Funchal, num investimento total de 400 mil euros.

Quanto à colecção, Sérgio Aguilar é cauteloso, preferindo afirmar que, "visto ter sido adquirida ao longo de várias décadas, é um investimento difícil de precisar, mas nunca menor do que as centenas de milhares de euros". Tudo começou com o pai, caracterizado pelo filho como "um dos melhores homens a regatear preços do mundo". As viagens feitas por Rui Aguilar por diversos locais do mundo sempre tiveram um lado de coleccionismo, com "a aquisição de antiguidades e outros objectos, (...) como selos, notas, moedas, relógios ou dispositivos ópticos". A aquisição tinha por base, sobretudo, "o gosto por tais objectos e também uma perspectiva futura de rendibilização", confessou.

Para Rui Aguilar, que trabalhou na câmara do Funchal, quando o escudo era moeda e se desvalorizava progressivamente, a "aplicação de dinheiro em bens" sempre "era mais atractiva do que o rendimento oferecido pelos bancos". "Foi assim que adquiri, nos últimos 50 anos, as peças que compõem as várias colecções, com relevância obviamente à óptica, mas também às outras não menos importantes", como as de moedas, "com mais de 15.000 exemplares, ou de notas e selos também com dimensão considerável", explica.

A constituição do Museu da Óptica apenas tomou forma em 2014, sobretudo por intermédio do filho, que "mostrou interesse em dar utilidade e visibilidade à colecção". O museu está dividido em dez áreas de exposição, que vão das câmaras fotográficas e de filmar a projectores de cinema, telescópios, binóculos e instrumentos de apoio à ciência, à medicina e à actividade militar, assim como equipamento de topografia, além de modelos gerais, lentes e prismas.

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