Tragédia de Pedrógão Grande: autarca fala em desvio de donativos

Parte das verbas recolhidas para as vítimas do incêndio está em parte incerta, denuncia presidente da câmara. Valdemar Alves pede intervenção do Ministério Público.

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Os autarcas vão pedir a intervenção do Ministério Público Sergio Azenha

Os autarcas de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos suspeitam que parte dos donativos para as vítimas da tragédia marcada pelo incêndio de 17 de Junho foi desviado. O alerta é dado pelo presidente da câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, em declarações ao jornal i e à RTP. O autarca denuncia ainda a entrega de subsídios em duplicado, resultado de uma má gestão da distribuição de fundos e donativos.

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Os autarcas de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos suspeitam que parte dos donativos para as vítimas da tragédia marcada pelo incêndio de 17 de Junho foi desviado. O alerta é dado pelo presidente da câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, em declarações ao jornal i e à RTP. O autarca denuncia ainda a entrega de subsídios em duplicado, resultado de uma má gestão da distribuição de fundos e donativos.

“Há um mal-estar neste momento”, descreve Valdemar Alves. “Há dezenas de contas que foram abertas em bancos” por entidades públicas, empresas ou particulares cujo destino do dinheiro permanece desconhecido, denuncia. De acordo com o jornal i, os autarcas vão agora pedir ao Banco de Portugal, através do Ministério Público, que verifique para onde foram canalizados. Outro dos receios é a localização do dinheiro recolhido por emigrantes em contas abertas no estrangeiro.

O autarca defende que todos os fundos deviam ter ido para o Revita, um fundo de solidariedade para gerir a distribuição das verbas no terreno, gerido pelo Instituto de Segurança Social onde estão representados os autarcas da região.

As verbas aplicadas na construção são as únicas cujo destino é conhecido pelos autarcas. No entanto, também aqui existem críticas à condução da resposta. Uma das vozes é a do presidente da União de Freguesias de Figueiró dos Vinhos e Bairradas, que criticou na segunda-feira a falta de envolvimento das juntas no processo de reconstrução nas áreas atingidas pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, sublinhando que têm sido "ignoradas". "Tivemos reunidos para analisar, quase três meses volvidos, como é que as coisas se estão a desenrolar no terreno", explicou o presidente da União das Freguesias de Figueiró dos Vinhos e Bairradas, Filipe Silva, em representação dos restantes autarcas, citado pela Lusa.

Ao jornal i, Valdemar Alves afirmou que a reconstrução das casas deverá começar nos próximos 15 dias.