Comissão de Defesa continua a reclamar por informação sobre Tancos

Deputados vão remeter novo ofício ao ministro e ao chefe de Estado Maior do Exército.

Foto
Marcelo Rebelo de Sousa voltou ontem a Tancos LUSA/RUI MIGUEL PEDROSA

A Comissão Parlamentar de Defesa Nacional (CDN) continua sem receber a informação que requereu, no início Julho, ao chefe do Estado Maior do Exército (CEME) e ao ministro da Defesa sobre o roubo de material militar em Tancos. Na quinta-feira será feito um novo ofiício a repetir o pedido de informação.

“Nada. Não recebemos nenhuma da informação pedida. Está tudo exactamente na mesma”, afirmou ao PÚBLICO o social-democrata Marco António Costa, presidente da comissão parlamentar.

A informação foi pedida na sequência das audições parlamentares a diversas personalidades militares e civis na sequência do assalto aos Paióis Nacionais de Tancos, detectado no dia 28 de Junho deste ano.

Já no dia 17 de Julho, a CDN enviou um ofício ao secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, a solicitar informações sobre andamento do processo de averiguações ordenado pelo ministro da Defesa, Azeredo Lopes. Foi também pedida informação sobre os prazos de conclusão das averiguações, documentação e relatórios preliminares que possam ter sido elaborados e/ou outra informação relevante.

Marco António Costa lamenta que “até hoje nada tenha sido dito à comissão, impedindo a fiscalização que a comissão é obrigada e trabalhos parlamentares que deviam estar em curso”.

Quinta-feira será enviado um novo ofício ao secretário de Estado Pedro Nuno Santos, a solicitar informações do CEME, general Rovisco Duarte, e ao ministro da Defesa.

Do Exército, diz Marco António Costa, a comissão quer saber por que razão foram retirados os processos disciplinares aos diversos oficiais com responsabilidades em Tancos. “O CEME, na audição parlamentar, deu a entender que esses processos eram irreversíveis e depois foram readmitidos. Que informação existe que levou a este recuo?”, pergunta.

Já do Governo, a CDN quer saber o porquê daquilo a que Marco António Costa chama “buraco temporal”. Ou seja, “tendo o roubo sido conhecido a uma quarta-feira, só foi tornado público a uma quinta e só na sexta a Comissão Antiterrorismo e o Sistema de Segurança Interna (SSI) se reuniram”. “Ainda por cima, a secretária-geral do SSI [Helena Fazenda] disse na comissão parlamentar que teve conhecimento do assalto pela comunicação social.”

Marco António Costa disse ainda que a CDN quer ter “conhecimento de tudo o que já foi apurado” e informação “do anúncio feito pelo Governo de que as obras em Tancos estavam congeladas e que os Paióis Nacionais iam ser deslocalizados”.

 

 

Sugerir correcção
Comentar