Brasileiros da Cohibra investem 8,6 milhões numa unidade em Vendas Novas

Fábrica que nascerá no Parque Industrial de Vendas Novas vai ser a primeira do grupo Cohibra fora do Brasil. Vai dedicar-se à transformação, comercialização e I&D de novas aplicações de coco para fins alimentares

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NFS NUNO FERREIRA SANTOS - PUBLICO

O grupo Cohibra vai construir uma fábrica em Vendas Novas, no Alentejo, para produzir derivados do coco, como óleo, manteiga e vinagre, destinados ao mercado europeu, num investimento de 8,6 milhões de euros, com apoios comunitários.

O projecto, apresentado esta terça-feira, 5 de Setembro, é da empresa Labcoco, sediada em Vendas Novas, no distrito de Évora, mas com capitais brasileiros, do grupo Cohibra. A unidade fabril vai dedicar-se à transformação, comercialização, investigação e desenvolvimento de novas aplicações de coco para fins alimentares.

A fábrica envolve um investimento global de 8,6 milhões de euros, sendo que cerca de sete milhões foi o montante considerado elegível para apoios comunitários, garantidos através do Portugal 2020. A unidade deverá “entrar em produção dentro de 12 meses” e, nos “primeiros três meses” de funcionamento a empresa tenciona “preencher os 80 postos de trabalho” que prevê criar, disse à Lusa Raúl Correia, director executivo da Labcoco.

O grupo Cohibra tem “40 anos de experiência” na produção destes derivados do coco, explicou, adiantando que a fábrica no Parque Industrial de Vendas Novas (PIVN) vai ser “a primeira fora do Brasil”. “Queremos produzir dentro da União Europeia (UE), para serem produtos europeus”, fabricados “dentro das normas e com a qualidade europeia”, pois, esse ‘selo’, dá à empresa “uma vantagem competitiva em termos de mercado”, afirmou.

Em Portugal, Vendas Novas foi o local escolhido para a implantação da unidade devido à localização do concelho e às boas condições disponibilizadas pelo PIVN, justificou o gestor à agência noticiosa.

“Preciso de ter a instalação fabril nesta área porque necessito de um porto próximo”, neste caso o de Sines, “e de um centro que me possa dar suporte, que é Évora”, explicou o director executivo, acrescentando ter ficado agradado com “as infra-estruturas e organização” do parque industrial.

O director executivo afirmou que a Labcoco vai produzir, através de processos biotecnológicos inovadores, já patenteados e utilizados nas unidades do Grupo Cohibra, “produtos alimentares ligados à área do coco”.

“Vamos fabricar e vender diversas especificações de óleo de coco e outros derivados, como manteiga ou vinagre”, indicou, acrescentando que a matéria-prima, como água de coco, óleo e polpa em bruto, vão ser importados do Brasil.

A produção, realçou, vai ter como destino os países europeus, sobretudo “Alemanha, França, Reino Unido e um pouco da Holanda”, enquanto, para Portugal, a empresa estima vender “15%” destes artigos.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Vendas Novas, Luís Dias, congratulou-se pela atracção deste investimento para o concelho, que contribui para a afirmação local “na área empresarial”. Recentemente “lançámos as primeiras pedras de duas novas empresas” e a da Labcoco “é a terceira num curto espaço de tempo”, lembrou o autarca.

“No conjunto destas três empresas estamos a falar de mais de 150 postos de trabalho, num curto espaço de tempo, e com uma capacidade de expansão até aos 250 ou 300 postos de trabalho, o que, para um concelho como Vendas Novas, significa atracção de pessoas e de investimentos e criação de empregos e de riqueza”, sublinhou.

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