Nova grelha da RTP com mais séries e mais documentários

A programação da estação para o próximo semestre promete mais ficção, incluindo País Irmão e 1986, e mais realidade.

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País Irmão, que chega a 11 de Setembro, é uma das grandes apostas de ficção da RTP Catarina de Sousa

A programação da RTP para o próximo semestre foi apresentada esta terça-feira, no MAAT, em Lisboa, onde Nuno Artur Silva, administrador dos conteúdos de ficção e entretenimento da estação estatal, anunciou a aposta nas séries e nos documentários como eixos importantes da programação, com vontade de internacionalização e de, aos poucos, fazer mais e mais ficção – já houve 17 ao todo nesta administração. Mencionou como as telenovelas portuguesas também demoraram tempo a chegar ao nível de qualidade das telenovelas brasileiras, e deu o exemplo das inúmeras séries europeias que a RTP2 tem exibido nos últimos tempos como o padrão que se quer atingir no futuro. Também a a música, revelou, dará mais frutos em 2018.

Em termos de ficção nacional, a primeira data a apontar é 11 de Setembro, com a estreia de País Irmão, comédia negra que saiu das cabeças de Tiago R. Santos, João Tordo e Hugo Gonçalves e mostra o que acontece quando, para distrair a opinião pública de um escândalo, o Governo decide iniciar uma telenovela, uma mega-produção que junta Portugal e Brasil; a seguir, A Criação, do publicitário Pedro Bidarra, que se apresenta como “uma fábula” à volta da “indústria criativa e das artes”, com pessoas vestidas de animais como ursos ou galinhas, tudo na busca de representar, em dez episódios de uma “comédia com laivos de tragédia”, o que é o acto criativo, chega a 19 deste mês; 4Play, série cómica que envolve jovens boémios, jogos e o próprio acto de fazer uma série de televisão, co-criada por Jaime Monsanto, Luís Porto, Pedro Manana e Tiago Paiva a partir consulta de conteúdos da RTP2, estreia-se no dia 28, depois da meia-noite. Também na manga da RTP para os próximos meses está 1986, a criação sobre adolescentes de Nuno Markl que olha para o ano que lhe dá nome: chegará em Novembro, ainda não havendo certezas da data. Caminhos da Alma – Fátima, mini-série de quatro episódios que expande Fátima, o filme de João Canijo estreado este ano no cinema, também aguarda decisão sobre a data em que chegará à televisão pública.

No campo das séries estrangeiras, o fenómeno Gerente da Noite, a partir de John Le Carré, chega agora à RTP2 (em 2016 passava no canal do cabo AMC), onde começou a ser exibido já esta segunda-feira. Entretanto, a 15 de Setembro, chega à RTP1 a série policial britânica Happy Valley, criação de Sally Wainwright que está disponível no Netflix – estreada em 2014, foca-se numa sargento Catherine Cawood (Sarah Lancashire), da polícia de West Yorkshire. A também inglesa Vitória, de Daisy Goodwin, que se foca na rainha Vitória, regressa para uma segunda temporada, com data de estreia incerta no mesmo canal.

Internacionalizar

No que toca a documentários, a ideia é internacionalizar e também fazer cada vez mais. Entre as estreias de produção nacional, contam-se Rosas de Ermera, de Luís Filipe Rocha, sobre o período a seguir à Segunda Guerra Mundial em que a família de José Afonso se separou em Lourenço Marques, com depoimentos dos sobreviventes; Cruzeiro Seixas – As cartas do rei Artur, o filme de Cláudia Rita Oliveira que esteve em sala no início do ano e se foca na relação entre os surrealistas Cruzeiro Seixas e Mário Cesariny; Vasco Gonçalves – O General no seu Labirinto, de Paulo Guerra, focado no general que foi uma das figuras maiores do PREC, com estreia a 19 de Setembro; a segunda parte de História a História, da autoria do historiador Fernando Rosas, agora sobre África, que chega a 15 de Outubro. 2077, mini-série de quatro episódios que pergunta a vários cientistas como será o futuro, ainda não tem data marcada.

A produção internacional inclui, desde esta segunda-feira, Marte, uma série de seis episódios feita pela National Geographic em 2016 que imagina uma viagem tripulada a Marte no ano 2033. Outros destaques são Goodbye Aleppo, da BBC, feito a partir de registos captados por quatro cidadãos sírios, opositores de Assad; Women of Freedom, um documentário de Abeer Zeibak Haddad sobre mulheres assassinadas, muitas vezes pela própria família, em nome da “honra", e também segunda temporada de A História de Deus, série em que Morgan Freeman apresenta como a religião marcou o mundo, ainda sem data de estreia.

No campo do entretenimento, a edição de 2017 – a quinta ao todo – do concurso de cantoria The Voice Portugal tem estreia marcada para dia 10 na RTP1, enquanto 5 Para a Meia-noite, que fará parte de um bloco de quintas-feiras de talk shows da RTP1 e será seguido de Last Week Tonight, de John Oliver, e The Daily Show, de Trevor Noah, volta no dia 14. Cosido à Mão, um reality-show de talentos de costura com Sónia Araújo, adaptado de um original britânico, ainda não tem data de estreia. Luís de Matos falou da sua série de magia, Impossível, transmitida todos os sábados em directo a partir de Ansião, com a colaboração regular de David Copperfield, e prometeu vários talentos mágicos nacionais e "muito provavelmente", Neil Patrick Harris, o actor cómico que também é ilusionista.

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