O estado norte-americano do Texas inicia agora um longo processo de recuperação após a passagem destrutiva do furacão Harvey, que inundou milhares de habitações e levou à deslocação de cerca de um milhão de habitantes, sobretudo na área metropolitana de Houston. Para muitos, é tempo de regressar a casa. E para alguns, esse regresso pode valer um tremendo susto.

Na sexta-feira, em Houston, a polícia foi chamada a intervir depois de um homem ter encontrado um jacaré na sala de estar. O animal, com cerca de 2,74 metros de comprimento, foi resgatado por funcionários do departamento de protecção da vida selvagem.

Ao diário britânico The Guardian, o caçador de répteis Chris Stephens afirma que os animais estão a sentir, tanto como as pessoas, os efeitos do furacão Harvey. Stephen explica que os jacarés não toleram, durante muito tempo, o movimento rápido das águas, estando assim obrigados a encontrar locais com águas paradas onde se possam abrigar.

“Os seus lagos e riachos estão cheios de água, e por isso estão num ambiente desconhecido”, explicou ao jornal britânico acrescentando: “Não são propriamente agressivos. Estão apenas desajolados, também são refugiados do furacão. Estão desorientados e chateados”.

O caçador norte-americano esclarece ainda que os jacarés vão acabar por regressar ao seu habitat natural, à medida que o nível das águas comece a baixar.

Também na cidade texana de Missouri City, uma mulher avistou dois jacarés no quintal. Já na capital do estado, Austin, foi avistado não um jacaré mas sim um tatu - outra espécie que tem sido encontrada fora do seu habitat por estes dias.

Veados, guaxinins, jacarés e cobras são outras espécies que podem ser avistadas em locais invulgares na área metropolitana de Houston.

Ao Washington Post, especialistas em vida selvagem afirmam que, “apesar da assustadora reputação de alguns animais, não há motivos para ter medo”. 

O furacão Harvey provocou, até ao momento, a morte de 40 pessoas, naquelas que são consideradas as cheias “mais devastadoras" e o “pior desastre" natural da história recente do Texas. 

Artigo editado por Pedro Guerreiro