Cartas ao director

Fica na Foz...

Fica na Foz, um pequeno largo tranquilo que eu estimo. Por um intervalo entre casas, avista-se o mar: os sonhos abrem-se…

Gosto de o atravessar para chegar à esplanada ou então parar nele para ouvir as suas confidências púdicas.

Ali, eu faço as minhas reservas de calma. Acontece-me também ler sentado num banco, sonhando com os grandes navegadores.

Este largo, que se tornou íntimo, levo-o comigo quando a saudade é demasiado forte por deixar o Porto. Em França, no coração de um inverno melancólico, a sua imagem radiosa permite-me ter paciência até ao regresso estival a Portugal.

Tenho outra razão para gostar dele: foi a partir de uma amizade com pessoas que ali moram, preciosa, fundadora, que o meu círculo de amigos portugueses se alargou em ondas concêntricas. A minha base granítica de conviver.

E de repente sei que querem, nesse lugar privilegiado, esburacar com dinamite um mausoléu dedicado às frias deusas do ferro e da chapa. Projetam construir um templo subterrâneo consagrado ao sono dos automóveis, em detrimento do dos moradores.

Creio que é urgente enterrar este projeto nocivo muito profundamente e confiar a sua sepultura definitiva às rochas que, pela sabedoria dos seus milhões de anos, garantirão a tranquilidade à superfície do nosso querido Largo.

Antoine Tarabbo, Chambéry, França

 

Nossa Vocação Marítima

Ao longo dos séculos as rotas marítimas, sempre representaram para os portugueses, um mar de oportunidades que foram aproveitadas para potenciar o crescimento económico do país, tendo sido ao longo de décadas, o sustento de milhões de famílias, não apenas em Portugal, mas também pelo resto do mundo.

O mar português representa a bravura de um povo que cruzou mares nunca dantes navegados, enfrentou tempestades, mas conseguindo vencer as mesmas, levou o nome de Portugal, pelos quatro cantos do mundo, o que nos tem permitido elevar bem alto o nome do nosso país, ao longo dos anos.

Portugal tem a maior Zona Económica Exclusiva da Europa, mas com o alargamento da plataforma continental, poderá vir a tornar-se a maior do mundo, o que será uma mais um feito histórico que poderá decorrer das negociações com as Nações Unidas, sobre este projecto português, que será uma mais-valia para o nosso país, tendo em conta a nossa história marítima e potencial de que dispomos ao nível das infra-estruturas de apoio á actividade que contribui para impulsionar a economia portuguesa.

A nossa identidade marítima tem sido meio caminho para dotar o país das condições propícias ao nosso desenvolvimento, interligando as nossas estruturas terrestres ao mar, que poderão alavancar a economia e o crescimento do país, em que o alargamento da plataforma continental, é uma boa razão para tirarmos bons resultados da nossa vocação marítima.   

Américo Lourenço, Sines

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