Carta que Obama deixou a Trump lembra papel dos EUA na ordem internacional

Quando saiu da Casa Branca, em Janeiro, Obama deixou uma carta ao sucessor. CNN revelou agora o conteúdo da missiva.

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O dia da tomada de posse de Trump, a 20 de Janeiro Reuters/CARLOS BARRIA

Na hora da passar o testemunho a Donald Trump, a 20 de Janeiro, Barack Obama deixou quatro conselhos ao 45.º Presidente dos Estados Unidos, lembrando-lhe em particular o papel “indispensável” dos Estados Unidos no mundo como potência a quem cabe assegurar a ordem internacional.

Sabe-se hoje que essa foi uma das reflexões transmitidas por Obama na carta que deixou ao sucessor na Sala Oval. Logo em Janeiro, Trump descrevera a missiva como uma “bonita” carta. Agora que a CNN revelou o texto na íntegra, as notas de Obama podem ser lidas à distância de oito meses.

O Presidente em fim de mandato quis deixar a Trump “algumas reflexões a partir dos últimos oito anos”. Em primeiro lugar, refere-se a ele próprio e a Trump como duas pessoas “abençoadas”. “Nem todos têm tanta sorte”, disse, sublinhando que lhes cabe fazer tudo para “construir caminhos de sucesso” para cada criança e cada família.

É num segundo conselho que Barack Obama se refere ao papel de guardião dos Estados Unidos a nível global. “A liderança americana neste mundo é verdadeiramente indispensável. Cabe-nos, através da acção e do exemplo, assegurar a ordem internacional que se alargou continuamente desde o fim da Guerra Fria, e da qual dependem a nossa própria riqueza e a nossa segurança”.

Um terceiro conselho: o de que os Presidentes – Trump como fora Obama – são meros “ocupantes temporários” da Sala Oval. “Isso faz de nós guardiões das instituições e das tradições democráticas – como o Estado de Direito, a separação de poderes, a protecção igual para todos e as liberdades civis – pelas quais os nossos antepassados lutaram”. Aos Presidentes, disse, cabe “deixar esses instrumentos da nossa democracia pelo menos tão fortes como os encontrámos”.

O quarto e último conselho é um voto pessoal para que Trump, entre as responsabilidades que iria assumir na “grande aventura” que começava a 20 de Janeiro, encontrasse tempo para os amigos e para a família. Ao sucessor, desejou boa sorte e disse que tanto ele como Michelle estarão sempre prontos para ajudar.

Obama seguiu a tradição de o Presidente cessante escrever uma carta ao sucessor, tal como George W. Bush fizera a Obama ou Bill Clinton a Bush filho, ou Ronald Reagan a Bush pai.

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