Noite Branca de Braga prolonga-se até domingo com ênfase nas artes multimédia

Projectos de fusão entre arte e tecnologia numa fase em que vigora a candidatura a Cidade Criativa da UNESCO destacam-se num programa também com eventos orientados para a captação de muito público, que se estende por 48 horas.

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As artes multimédia vêm ganhando espaço na Noite Branca de Braga Paulo Pimenta

A Noite Branca vai, a partir desta sexta-feira, transformar o centro da cidade de Braga num espaço de concertos, exposições, instalações artísticas e animação de rua em que sobressaem as artes multimédia. O evento alberga também a oferta cultural dos museus e de outros edifícios históricos e a programação infantil, com a organização à espera de receber mais de 350 mil pessoas.

À exceção do palco instalado na Praça do Município, que vai acolher músicos como Aurea e Mariza, no dia inaugural, Mayra Andrade e Orquestra de Jazz de Matosinhos, Seu Jorge e DJ Ride, no sábado, e os bracarenses Daniel Pereira Cristo e Orquestra de Paus e Cordas, no dia de encerramento, a “componente” das ‘media arts’ surge “reforçada”, passando a ser “transversal a todo o programa”, adiantou Cláudia Leite, administradora do Theatro Circo e responsável pela organização do evento.

Os projectos tanto surgem no “palco Gnration”, instalado na Avenida Central, com uma “componente audiovisual” a acompanhar os concertos – ali vão actuar nomes como os Orelha Negra, o britânico Evian Christ e os Osso, um grupo bracarense de hip-hop especificamente reunido para a Noite Branca –, como na “animação de rua”, a cargo de artistas como os VJ Suave, dupla brasileira que faz “projecção nos edifícios”. E vão aparecer ainda nas “instalações de rua”, espalhadas pelo centro histórico, explicou.

Vários dos projectos acessíveis ao público resultam quer do Concurso Artístico, promovido pela Fundação Bracara Augusta, que privilegiou, neste ano, as “media arts”, quer dos Laboratórios de Verão, iniciativa levada a cabo pelo Gnration, espaço cultural responsável por escolher anualmente quatro projectos originais de autores naturais ou residentes em Braga para serem aí desenvolvidos no mês de Agosto, e depois apresentados na Noite Branca, adiantou o programador artístico do Gnration, Luís Fernandes.

A cidade, que vai conhecer o resultado da candidatura a Cidade Criativa da UNESCO, na área das “media arts”, no final de Outubro, acolhe também artistas “internacionais” na Noite Branca, disse Cláudia Leite. A organizadora referiu que Braga tem acolhido artistas de outras paragens, como no projeto Scale Travels, que mistura arte digital e ciência e é concebido juntamente com o Instituto Ibérico de Nanotecnologia, e também já leva artistas bracarenses ao exterior.

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, concordou, em declarações ao PÚBLICO, que o trabalho ligado às “media arts” está a ser “muito valorizado” na Noite Branca que arranca esta sexta-feira e frisou que a capacidade do evento em “reunir de forma eclética pessoas de todas as idades” de “forma crescente” é o seu “grande segredo”. O autarca frisou que o orçamento do evento tem crescido e “ronda os 350 mil euros”, valor que disse ser compensado pelas “hastas públicas feitas para os espaços de restauração e bebidas, que reduzem substancialmente o valor investido”.

24 autocarros disponíveis para o transporte de passageiros

Os Transportes Urbanos de Braga (TUB) vão disponibilizar, entre as 19h e as 5h de sexta-feira e de sábado, altura em que o trânsito vai estar muito condicionado no centro da cidade, 24 autocarros da sua frota (12 em cada dia) para transportarem quem queira participar na Noite Branca, disse o administrador da empresa municipal, Teotónio Santos, numa conferência de imprensa sobre segurança e acessibilidades realizada na quarta-feira. Já a Proteçção Civil, representada pelo chefe da divisão da Câmara, Vítor Azevedo, vai ter 35 elementos de entidades como a Cruz Vermelha Portuguesa, os bombeiros – quer sapadores, quer voluntários - no terreno em “permanência”.

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