Quase dois terços dos alunos que pediram revisão dos exames melhoraram notas

Entre as disciplinas mais concorridas, Matemática A teve maiores subidas (76%) na 2.ª fase das provas nacionais do ensino secundário.

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Estudantes que pedem revisão ainda são uma minoria Miguel Nogueira

Pedir a reapreciação das provas nacionais do ensino secundário continua a ser benéfico para os estudantes. Na 2.ª fase dos exames deste ano, 65% das revisões resultaram na melhoria de notas, revelam os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação esta segunda-feira. Este é, ainda assim, um recurso usado por uma minoria dos alunos: foi pedida nova análise de apenas 1,5% das provas.

Dos 120.872 exames nacionais realizados na 2.ª fase, foram reapreciados 1861. Destes, houve 1209 (65%) que viram a nota ser revista em alta, ao passo que 249 (13%) ficaram com uma classificação inferior à inicial. Nos restantes casos – 403, que correspondem a 23% dos pedidos de reapreciação – a nota final dos estudantes não sofreu alterações.

Entre as disciplinas mais concorridas nos exames nacionais do ensino secundário, é na Matemática A que há uma taxa de sucesso das reapreciações mais elevada. Foram apresentados 375 pedidos de revisão da prova (1,6% do total de exames feitos nesta disciplina na 2.ª fase), que resultaram na melhoria de nota para 76% dos alunos. Em sentido contrário, 8% pioraram a classificação.

A Português, única disciplina obrigatória para todos os alunos do ensino secundário, foram feitos 22.036 exames na 2.ª fase, que decorreu em Julho, e pedida a reapreciação de 405 (1,8%). A taxa de sucesso dos pedidos de revisão foi de 64%, ao passo que 18% dos estudantes viram a sua classificação ser reduzida em consequência deste processo.

Nas outras duas disciplinas com maior número de inscritos nas provas do secundário, os estudantes não tiveram tanta felicidade com os recursos dos exames realizados. Dos 367 pedidos de reapreciação (1,6% dos total de provas da disciplina) a Biologia e Geologia, 208 (57%) resultaram numa melhoria de nota. Em 18% dos casos, a classificação piorou. Já a Física e Química, houve 289 reapreciações (num total de 23.341 provas), sendo que a nota aumentou para 54% dos alunos e desceu para 15%.

Entre as restantes disciplinas, destaque para Geometria Descritiva, prova em que houve 68 reclamações (2,4% do total realizado). Em 74% desses casos foi dada razão aos alunos e para apenas 12% a nota final piorou.

A Desenho A foram apresentados pedidos de revisão em 2,6% das 954 provas feitas na 2.ª fase, com desfecho favorável para os alunos em 80% dos casos. Já no caso de História da Cultura e das Artes, houve 22 pedidos de revisão entre 1241 provas (1,8%), tendo 86% subido as notas, enquanto nenhum dos alunos piorou a classificação. A Matemática Aplicada às Ciências Sociais houve 13 pedidos de reapreciação, que correspondem a 2,1% dos exames realizados. Todos tiveram melhor nota do que a inicialmente atribuída.

Revisão altera novas de ingresso 

As notas revistas alteram automaticamente as notas de ingresso dos alunos no acesso ao ensino superior. Quem ainda pretender alterar as opções de candidatura na 2.ª do concurso nacional de acesso em função destes resultados, pode ainda fazê-lo, no prazo máximo de dois dias úteis.

Vários estudos comprovam que a tendência para a subida de notas no processo de revisão deve-se mais à atitude de base do classificador do que propriamente a erros cometidos na primeira fase de classificação.

Na 1.ª fase dos exames nacionais deste ano, a taxa de sucesso dos pedidos de reapreciação tinha sido superior, com 73% dos alunos a conseguir melhorar a nota. Em 16% dos casos a classificação desceu, mantendo-se em 10% dos casos. Nessa altura, foram feitos 7142 pedidos de reapreciação, ou seja, 2,1% das 332.340 provas realizadas na 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário que decorreu em Junho.

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