Água atinge limite numa das maiores barragens de Houston

Não está em causa a ruptura da barragem mas sim o risco de que a água transborde para o maior rio da cidade texana. Trump vai a caminho do Texas com Melania.

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Donald Trump e a primeira-dama, Melania Trump, prestes a embarcarem rumo ao Texas MICHAEL REYNOLDS/EPA
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A chuva da tempestade Haley já terá chegado a quase um metro e meio de altura Jonathan Bachman/Reuters
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Moradores de uma zona Leste de Houston foram mandados sair da zona Adrees Latif/REUTERS

O nível da água numa das maiores barragens nas proximidades da cidade de Houston, no Texas, já chegou ao limite por causa da chuva da tempestade tropical Harvey e poderá começar a transbordar para o rio Buffalo nas próximas horas. O Presidente dos EUA, Donald Trump, vai a caminho do Texas, mas não visitará Houston.

A informação sobre o risco na barragem foi avançada através do Twitter pelo meteorologista Jeff Lindner, um dos responsáveis pelo gabinete de controlo de cheias no condado de Harris, por onde passa o rio Buffalo.

"A barragem de Addicks está agora nos 108.01 pés [32,9 metros], ou no topo da comporta Norte", disse o responsável.

As equipas técnicas libertaram alguma da água que estava acumulada na barragem de Addicks para tentarem evitar que as povoações sejam inundadas, mas as últimas notícias indicam que esse trabalho não está a resultar como pretendido.

As autoridades locais estão também preocupadas com o que pode acontecer na barragem de Barker, a Oeste de Houston – o perigo não é que as barragens cedam, mas que a água transborde para o rio Buffalo, que é o maior rio da quarta maior cidade dos Estados Unidos.

"Isto é uma coisa que nunca vimos. Há uma grande incerteza sobre como vai reagir a água", quando a água tiver de ser libertada dos reservatórios e se juntar ao fluxo já em excesso dos rios, comentou Lindner, citado pela Reuters.

A passagem da tempestade tropical Harvey já fez dez mortos e continua a provocar muitos estragos. Só esta terça-feira, estima-se que tenham caído 30 centrímetros de chuva em algumas zonas periféricas de Houston. No total, a queda de chuva já terá atingido quase um metro e meio.

O Presidente Donald Trump é esperado esta tarde no Texas: deverá aterrar em Corpus Christi, perto do local onde o Harvey chegou a terra, como um furacão categoria 4 (a segunda mais grave) na sexta-feira. Mais tarde irá à capital estadual, Austin. Mas não irá a Houston, a quarta maior cidade norte-americana (com 6,8 milhões de habitantes na sua área metropolitana), que continua um caos por causa das inundações que sofreu.

Os moradores de pelo menos mil casas em Houston precisam ainda de socorro, estimou o chefe dos bombeiros de Houston, Samuel Pena, no programa de televisão Good Morning America da ABC. "Continuamos a enfrentar vaga após vaga de chuva, o que nos impede de acalmar a situação", disse. 

Uma porta-voz da Organização Meteorológica Mundial disse esta terça-feira em Genebra que o grande volume de chuva produzido por esta tempestade está provavelmente relacionado com as alterações climáticas - nesta região do planeta, o aumento da temperatura faz aumentar a quantidade de humidade na atmosfera. "Com as alterações climáticas, quando há algo como o Harvey, é provável que chova mais do que seria expectável", disse Clare Nullis.

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