Barreiras acústicas protegem Mosteiro da Batalha da Estrada Nacional 1

Obra de 510 mil euros e apoiada por fundos comunitários vai ser executada em três meses.

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A frente do Mosteiro da Batalha vai receber uma "barreira acústica" para reduzir a poluição sonora e preservar o monumento. pbc pedro cunha

A Câmara da Batalha vai criar barreiras acústicas para protecção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, monumento nacional demasiado exposto ao tráfego da Estrada Nacional 1 (IC2). A autarquia adjudicou esta semana a obra, que será executada em três meses. “Este projecto representa um passo fundamental para a protecção do Mosteiro da Batalha e sua valorização enquanto património da Humanidade classificação pela UNESCO,” explicou ao PÚBLICO o autarca Paulo Batista Santos.

O concurso público para a realização da empreitada “Operação Urbanística de Salvaguarda aos Impactos de Ruído e Poluição sobre o Mosteiro Santa Maria da Vitória, Zona Poente” foi lançado no dia 19 de Abril deste ano. Segundo Paulo Santos, o concurso “foi realizado com carácter de urgência e teve vários concorrentes, tendo a proposta vencedora sido de 510 mil euros, acrescido de IVA à taxa em vigor.” A empreitada está prevista no âmbito do Plano de Acção para a Regeneração Urbana (PARU) e é financiada pelo CENTRO 2020, o Programa Operacional para a Região Centro.

A intervenção pretende a requalificação urbanística e paisagística da frente do Mosteiro da Batalha, tendo como um dos objectivos principais a redução dos impactos ambientais relacionados com a poluição sonora, através da construção de barreiras acústicas. “O projecto de execução foi desenvolvido por um conjunto de especialistas e prevê a instalação de barreiras acústicas dissimuladas pela presença de jardins verticais e outros elementos arbóreos. Toda a intervenção foi desenvolvida em parceria com a DGPC e a componente de regeneração urbana, por opção do Município, foi integrada como obra estruturante e prioritária no quadro do Plano de Acção para a Regeneração Urbana (PARU) da vila da Batalha”, explica o autarca.

Em 2014, a pedido da Câmara da Batalha, foi elaborado um estudo, através do Laboratório do Ruído e Vibrações do Instituto da Soldadura e Qualidade, sobre os níveis sonoros no local do Mosteiro, de forma a comparar com os valores legais aplicáveis. O presidente da câmara relembra que as medições de ruído ambiente registadas “revelam valores muito acima dos permitidos por lei para o local e que devem-se integralmente à influência do trânsito na estrada nacional que passa em frente do Mosteiro”.

“Desde essa data, e conhecidas anteriores notificações da UNESCO sobre as consequências da poluição para a zona frontal do Mosteiro, que procuramos congregar recursos técnicos e financeiros para realizar uma intervenção preventiva de minimização do ruído e da carga de poluição, bem como, não menos relevante, encetamos contactos com o Governo, Assembleia da República o Presidente da República, aquando da sua presença nas cerimónias oficiais do Dia do Combatente e Romagem ao Túmulo do Soldado Desconhecido, realizadas a 9 de Abril de 2016”, explica Paulo Santos.

Tendo em conta o ruído do trânsito na Estrada Nacional 1, a Câmara Municipal da Batalha fez um acordo de gestão com a empresa Infra-estruturas de Portugal, de forma a ter permissão para intervir na zona envolvente à via.

A intervenção ambiental na frente do Mosteiro da Batalha é aguardada há várias décadas, de forma a proteger o monumento. Para o presidente da Câmara, a realização da empreitada “é uma ambição tornada realidade em prol de um dos monumentos mais simbólicos da história portuguesa – e o terceiro mais visitado do país - e que congregou muitas vontades, que o Município da Batalha agradece.”

De acordo com os dados relativos aos monumentos nacionais mais visitados no primeiro semestre deste ano, da Direcção Geral do Património Cultural, o Mosteiro da Batalha contou com um total de 205.300 visitantes neste período. Texto editado por Abel Coentrão

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