Obra de Maria Gabriela Llansol e palavra "voz" em destaque no Festival Silêncio

Festival decorre entre 28 de Setembro e 1 de Outubro em vários espaços do Cais do Sodré.

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A escritora Maria Gabriela Llansol FERNANDO VELUDO/ARQUIVO

O Festival Silêncio, que celebra a palavra como ponto de partida para a criação, vai distinguir a obra de Maria Gabriela Llansol (1931-2008) e a palavra "voz" com exposições, cinema, música, performance (teatro e dança), oficinas, conferências e conversas a decorrer entre 28 de Setembro e 1 de Outubro, em Lisboa.

O festival apresenta anualmente dois ciclos paralelos que põem em destaque uma palavra e um autor, sendo que o primeiro apresenta propostas que desafiam ou reflectem sobre o significado da palavra e os seus desdobramentos possíveis, ao passo que o segundo distingue a obra de um autor, como ponto de partida para uma reflexão sobre as possibilidades da palavra autoral.

A programação tem ainda outros dois separadores: um dedicado à edição literária independente, que além de integrar uma feira do livro convida editoras a desenvolverem diferentes iniciativas durante o festival, e outro – Secção Palavrinhas – que reúne todas as actividades e iniciativas dedicadas ao público infanto-juvenil, anunciaram os programadores.

O Festival Silêncio, que inclui ainda a residência artística Casa-Palavra, decorrerá em vários espaços do Cais do Sodré.

O ciclo dedicado a Maria Gabriel Llansol, com curadoria do Espaço Llansol, incluirá uma performance de Miguel Bonneville, inspirada na obra da escritora, uma exposição com obras de, entre outros, Ilda David, Rui Chafes, Pedro Proença, Duarte Belo e Teresa Huertas, e a leitura de um texto-colagem de Hélia Correia escrito para os mais novos.

O programa do ciclo Palavra reclama a Voz "enquanto expressão e urgência", com as Conferencias do Silêncio deste ano a darem voz ao filósofo camaronês Achille Mbembe, o autor de Crítica da Razão Negra (Antígona, 2015), sobre o tema Vozes do Sul, em que discutirá a noção de inimigo, ou ao historiador Rui Tavares para reflectir sobre a importância da Voz da História.

Quanto à edição independente, o Festival Silêncio convidou várias editoras, como a Snob, a Triciclo e a Douda Correria/Miasoave.

Estão previstas ainda actuações de Bruno Pernadas, Capicua com Pedro Geraldes e o espectáculo Os Velhos Também Querem Viver, a partir de um texto homónimo de Gonçalo M. Tavares, com direção musical de Pedro Lucas e a interpretação de Carlão, Carlos Barreto, Selma Uamusse, Manuela Oliveira e Joana Alegre.

No campo das novidades, a organização destaca que pela primeira vez o Festival Silêncio concretiza o projecto de uma estação de rádio – a Rádio Silêncio –, que poderá ser escutada online ou sintonizada na zona do Cais do Sodré e terá direcção artística de Pedro Coquenão.     

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