PCP e BE sugerem e exigem medidas para proteger trabalhadores da PT/Meo

Líder do PSD diz que o Bloco devia pedir desculpa à Altice, por a ACT não ter detectado despedimentos fraudulentos.

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Jerónimo de Sousa visitou ontem os preparativos da Festa do Avante! LUSA/RUI MINDERICO

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, anunciou neste sábado que o partido vai apresentar medidas de salvaguarda dos trabalhadores da PT/Meo “ameaçados nos seus direitos e postos de trabalho”. “O PCP apresentará medidas de clarificação e de salvaguarda dos trabalhadores na chamada ‘transmissão de estabelecimento’”, precisou Jerónimo de Sousa, referindo que, pelos direitos dos trabalhadores e pelo “interesse da própria soberania”, deve haver “controlo público da PT por parte do Estado”.

O PÚBLICO revelou ontem que a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) detectou 124 infracções no grupo detido pela Altice, incluindo situações de assédio e pressão sobre os trabalhadores.

À margem do Fórum Socialismo 2017, o evento da rentrée política do Bloco de Esquerda o deputado José Soeiro afirmou ontem que o Governo “deve retirar as devidas consequências e agir em consonância” com o relatório da Autoridade para as Condições do Trabalho sobre a PT/Meo, que, no entender do parlamentar do Bloco, confirma uma actuação “como se Portugal fosse um faroeste laboral”.

Reacção diferente foi a do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que, ao visitar a Agrival, a Feira Agrícola do Vale do Spousa, em Penafiel, declarou que o BE devia pedir desculpa à Altice, por a ACT não confirmar os despedimentos fraudulentos de que o Bloco a acusara.

"Afinal, aquilo que era a acusação principal, que era a de que a empresa estaria a utilizar mecanismos na lei para, de forma encapotada, promover despedimentos na empresa, o relatório da ACT vem dizer que analisou, caso a caso, todas as situações e que não detectou nenhuma que merecesse qualquer reparo público", afirmou.

Passos Coelho também criticou que o primeiro-ministro se tenha atirado publicamente a essa empresa, em resposta a uma questão colocada pelo BE na Assembleia da República."O Governo tem mecanismos próprios, nomeadamente o trabalho que a ACT pode realizar e era importante que isso fosse feito, em vez de andarmos a fazer discursos políticos, ainda para mais com origem no Governo, sobre as empresas", defendeu.

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