Técnicos especialistas manifestam-se no Ministério da Educação na quarta-feira

Os trabalhadores especializados das escolas manifestam-se contra a precariedade, exigindo “igualdade de tratamento”.

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Terapeutas, psicólogos e animadores reclamam da situação laboral nas escolas Daniel Rocha

Os trabalhadores especializados das escolas, como terapeutas, psicólogos ou animadores, vão manifestar-se na quarta-feira junto do Ministério da Educação, contra a precariedade e exigindo renovações de contratos. Estes profissionais "trabalham de forma precária e ilegal nas escolas da rede pública", em muito casos "há mais de 10 anos" e com funções de carácter permanente, afirma-se num comunicado da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

A acção serve para exigir do Ministério da Educação "igualdade de tratamento", que só é possível com a renovação de todos os contratos dos trabalhadores que já tinham sido contratados no ano lectivo passado, independentemente da área de formação, início de funções e carga horária.

A 14 de Agosto, um despacho da secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, autorizava as escolas a renovar contratos com "formadores ou técnicos especializados que exerceram no ano lectivo 2016/2017, em escolas públicas, serviço docente e de formação com horário anual e completo, nas áreas de natureza profissional, tecnológica, vocacional artística e outras nos ensinos básico e secundário".

Porém, esse despacho é apenas para pessoas que foram contratadas antes de 16 de Setembro do ano passado "e a grande maioria entrou depois" e parte deles "não teve um horário completo", disse à Lusa Artur Sequeira, da direcção nacional do sindicato e coordenador para a área da educação.

O responsável acrescentou que a outra exigência é a integração nos quadros dos profissionais, e disse também à Lusa que, dos 4000 trabalhadores, só 5% tem o contrato renovado. Os outros, lamentou Artur Sequeira, têm de ir a um concurso que não lhes garante que haja vaga, mas apenas o desemprego.

Numa carta enviada na quarta-feira à secretária de Estado Alexandra Leitão, a Federação lembra o despacho que autoriza as escolas a renovar contratos com os técnicos especializados, desde que tenham tido no ano lectivo passado horário anual completo, o que, acusou, promove desigualdade de tratamento entre técnicos.

"Também o facto de só serem renovados os contratos àqueles trabalhadores que foram colocados até 16 de Setembro, constitui um critério que promove a desigualdade", escreveu a Federação na carta, acrescentando que "até ao dia 16 de Setembro de 2016 só entraram os psicólogos do Serviço de Psicologia e Orientação" e todos os outros entraram mais tarde, entre Setembro e Novembro.

A estrutura sindical queixa-se de que a renovação de contratos visa apenas a ideia de abertura do ano lectivo com técnicos especializados para dar apoio aos alunos, mas na verdade continua por resolver a dotação das escolas com esses técnicos.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, a Federação já acusava o ministro da Educação de apenas querer "ficar bem na fotografia", porque a precariedade na Educação continua.

Na nota, acusava o Ministério de estar "a enganar a opinião pública" com a questão de só renovar os contratos dos técnicos colocados até 16 de Setembro do ano passado, sabendo que quase todos entraram depois. E salientava que, dos 4000 trabalhadores, só 5% sabem que terão emprego este ano. 

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